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A operação Lava Jato está “importando” investigações do exterior como estratégia para levar à Justiça brasileiros suspeitos de lavar dinheiro ou pagar propinas usando contas bancárias abertas fora do país. Operação aproveita apurações e provas coletadas no exterior para condenar brasileiros em solo nacional.
A força-tarefa da operação no Paraná deflagrou em outubro uma investigação que foi transferida da Suíça ao Brasil. Nesta fase, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Benjamin Sodré Netto, Marco Antônio Orlandi e outros suspeitos de integrar o esquema de corrupção na Petrobras.
No caso de Netto e Orlandi, eles são investigados na Suíça desde 2017. Lá, há suspeitas de que eles, usando contas abertas no país, viabilizaram pagamentos de propinas a executivos da estatal em troca do favorecimento à empresa Confab, ligada ao grupo ítalo-argentino Techint.
Os dois, no entanto, são brasileiros e vivem no Brasil. Como o país não deporta nacionais condenados por crimes cometidos no exterior, força-tarefa se utiliza das apurações e provas suíças para levar o caso à Justiça brasileira.
Segundo o procurador do MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná), Marcelo Ribeiro Oliveira, outros procedimentos como esse devem se repetir e podem ajudar a Lava Jato a elucidar casos que ainda estão abertos no Brasil.
"É uma tendência que isso aumente. A transferência de investigação é um caminho em vários outros casos", afirmou Oliveira, em entrevista concedida logo após a deflagração da 67ª fase da operação, batizada de Tango e Cash.