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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a prisão do ex-presidente Lula durante julgamento das ADCs que pedem a inconstitucionalidade das prisões em segunda instância. Mendes acompanhou o relator e votou contra as prisões após segunda instância, colocando o placar em 4 a 5. Os últimos dois votos devem definir e é provável que o entendimento da relatoria vença. Toffoli, que deve dar o voto de minerva, sinalizou que pode acompanhar Gilmar Mendes.
"O caso Lula, de alguma forma, contaminou todo esse debate. Isso acabou não sendo bom para um debate racional. Eu, inclusive, sou chamado corifeu do petismo nas redes sociais", declarou. "Eu posso ser suspeito de tudo, menos de petismo. Também não sou antipetista. Este caso Lula é um caso para estudo porque, de fato, mostrou como o sistema funciona mal. E eu não estou falando de The Intercept, ainda não estou", completou.
Interrupção
Mendes foi interrompido pelo presidente da corte, Dias Toffoli, que acrescentou que os procuradores da Lava Jato de Curitiba chegaram a pedir a progressão de regime de Lula, tirando do STF a responsabilidade e dando a entender que vai acompanhar o entendimento do relator. "A própria Lava Jato em Curitiba pediu que ex-presidente saia do regime fechado", disse.
Durante seu voto, Gilmar criticou bastante a Lava Jato e citou trechos das reportagens da Vaza Jato, do Intercept. O ministro ainda rebateu seu colega, Luís Roberto Barroso, que havia usado a OCDE como argumento para defender a execução antecipada da pena.
Quem abriu a sessão desta quinta (7) foi a ministra Cármen Lúcia, que deu seu voto a favor da prisão em segunda instância.