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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou um vídeo em suas redes sociais na tarde deste domingo (3) que responsabiliza o Foro de São Paulo pela jornada de manifestações em diversas cidades do Chile. O vídeo é narrado em inglês e classifica o Foro como um grupo de "extrema esquerda" que, junto com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, tem como objetivo "desestabilizar as democracias" da América Latina.
O vídeo ainda insinua que os protestos ocorreram propositalmente a poucas semanas de duas cúpulas internacionais que ocorreriam no país. A primeira delas é a Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), que reuniria líderes mundiais nos dias 16 e 17, e a Conferência do Clima da ONU, a COP-25, de 2 a 13 de dezembro. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou na quarta-feira (30) que cancelaria os encontros por conta dos protestos.
O conteúdo compartilhado por Eduardo Bolsonaro também responsabilizou as "redes sociais, fake news e informações erradas" pelo "mal estar social" no país.
O Chile vive um ambiente de convulsão social desde o dia 18 de outubro, quando ocorreu a primeira grande revolta por conta do aumento da passagem do metrô. Duas semanas depois daquela primeira explosão popular – e com um período de sete dias de estado de exceção e toque de recolher nesse meio tempo – as demandas mais importantes já são outras: a renúncia do presidente Sebastián Piñera e o início de um processo para criar uma nova constituição, através de uma assembleia constituinte, já que a atual carta magna do país ainda é a imposta pelo ditador Augusto Pinochet, em 1980.
Tal pai, tal filho
Não é a primeira vez que a organização é associada às manifestações no país. No dia 21 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro postou em suas redes sociais um vídeo sobre as manifestações no Chile e associou a ação dos manifestantes ao Foro de São Paulo, grupo criado em 1991 que reúne partidos políticos de esquerda da América Latina.
O post mostra um vídeo no qual os manifestantes jogam pedras em um carro da polícia chilena e o presidente classifica a ação como uma tentativa de tomada de poder. “Não estamos livres desses ditadores que teimam, via atos de vandalismo e terrorismo, reconquistarem o que perderam nas urnas”, disse Bolsonaro.
https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1191079805866913794