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A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) informou que denunciará o presidente Jair Bolsonaro ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e ao Congresso Nacional. Durante uma live nas redes sociais, Bolsonaro aconselhou que funcionários da área ambiental atrapalhem o trabalho do governo na “ponta da praia”, local onde eram realizadas execuções da ditadura militar no Rio de Janeiro.
A gíria era utilizada por militares naquele tempo em referência à uma base da Marinha na Restinga de Marambaia (RJ). No local, presos políticos eram assassinados.
A Ascema garantiu que tomará "todas as medidas cabíveis para coibir este tipo de atitude para proteger a integridade física dos servidores e a dignidade humana". O presidente da entidade, Denis Rivas, contou que irá procurar também a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. “O discurso de Bolsonaro é irresponsável e dá legitimidade ao aumento das manifestações de violência contra a nossa categoria”, reclamou.
Na transmissão realizada por Bolsonaro, ele reclama da dificuldade para a obtenção de licença ambiental, se referindo ao problema encontrado pelo dono da Havan, Luciano Hang, para começar a construção de uma loja em Rio Grande (RS). "Quem quer atrapalhar o progresso vai atrapalhar na ponta da praia, aqui não", afirmou o presidente.
Para a Ascema, “ameaças às instituições como STF, à imprensa, aos servidores públicos, às populações tradicionais e à inoperância no enfrentamento de crimes ambientais não podem ser a tônica de um governo que se pretenda democrático”. Os servidores da área ambiental, segundo Rivas, têm sido removidos de forma arbitrária pelo Governo Federal de unidades de conservação como os parques de Fernando de Noronh a (PE) e Aparados da Serra (RS).