Escrito en
POLÍTICA
el
O rabino Henry Sobel, de 75 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (22), em Miami, nos Estados Unidos, em decorrência de complicações causadas por um câncer. Rabino emérito da Congregação Israelita Paulista (CIP), destacou-se como uma "voz firme em defesa dos direitos humanos no Brasil", como destaca nota divulgada pela família.
O sepultamento será realizado no próximo domingo, no Woodbridge Memorial Gardens, em Nova Jersey.
O rabino teve forte atuação na ditadura militar pelo esclarecimento da morte de Vladimir Herzog, torturado e assassinado no DOI-CODI em 25 de outubro de 1975, quando era diretor de Jornalismo da TV Cultura. Sobel não aceitou a versão oficial de que o jornalista teria cometido suicídio e autorizou que ele fosse sepultado no Cemitério Israelita do Butantan, seguindo os ritos judaicos.
Junto a D. Paulo Evaristo Arns e ao reverendo James Wright, Sobel celebrou um ofício inter-religioso em homenagem ao jornalista, de origem judia, em 31 de outubro de 1975.
Em outubro de 2013, Sobel resolveu se mudar para os EUA. A família de Vladimir Herzog fez a seguinte homenagem e ele:
Família de Vladimir Herzog participa de homenagem ao rabino Henry Sobel
Por iniciativa conjunta da família de Vladimir Herzog, Congregação Israelita Paulista e Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico-Judaico-DCJ, o rabino Henry Sobel, que voltará a residir nos Estados Unidos no final deste ano, foi homenageado no próximo dia 31 de Outubro, às 19 horas, no Memorial da América Latina, no foyer do Auditório Símon Bolívar.
No evento o Coro Luther King, sob direção artística do maestro Martinho Lutero Galati, com a participação da Camerata Villani e artistas convidados, executou o concerto “Resistência”
A homenagem foi prestada devido ao papel fundamental desempenhado por Sobel, ao lado de D.Paulo Evaristo Arns e do reverendo James Wright, que lideraram e celebraram um ofício inter-religioso pela alma de Vladimir Herzog, torturado e assassinado no DOI-CODI em 25 de Outubro de 1975, quando era diretor de Jornalismo da TV Cultura.
Em 31 de Outubro do mesmo ano, apesar da opinião pública brasileira continuar amordaçada, a imprensa censurada e a cidade sitiada pela polícia, uma multidão de mais de oito mil pessoas se reuniu na Catedral de São Paulo e em seus arredores para o culto inter-religioso, soltando dessa forma um corajoso brado de solidariedade, dor e revolta que se espalhou pelo País e se tornou o marco inicial do processo de derrocada da ditadura e de redemocratização do Brasil.