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Celebrado nesta terça-feira (8), o Dia do Nordestino foi criado como forma de homenagear toda a diversidade cultural, religiosa e folclórica da região. Porém, apesar de ser uma data comemorativa, o dia também relembra os tantos momentos do ano em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não deixou fácil para os nordestinos. O presidente disparou no decorrer de seus nove meses de mandato diversos ataques preconceituosos aos estados, reafirmando sua visão etnocêntrica e colonialista sobre a região e seus governadores.
O início das grandes polêmicas veio em julho, quando, em café da manhã com jornalistas, o presidente atacou Flávio Dino (PCdoB), que é governador do Maranhão, e João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba. Sem saber que seu áudio estava aberto em uma transmissão ao vivo, Bolsonaro disse ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni: “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão”.
O tom pejorativo rendeu a apresentação de uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) por parte de um grupo de parlamentares de diferentes partidos, além de despertar a reação de representantes estaduais, que assinaram, conjuntamente, uma carta de repúdio contra o chefe de Estado.
Em seguida, um vídeo passou a circular nas redes sociais com outras falas preconceituosas do presidente. “Porque é vantajoso comprar carro na Bahia, Carol?”, questiona Bolsonaro, para logo em seguida ele responder: “porque já vem com o freio de mão puxado”. Logo em seguida em um outro pronunciamento, Bolsonaro diz que “a única coisa boa do Maranhão é o presídio de Pedrinhas”.
Já em agosto, Bolsonaro fez questão de tensionar o clima com o Nordeste - que já não andava bom há algum tempo - e disse que há governador “ladrão” na região, que a ideia do Consórcio Nordeste é separatista e reclamou não poder mais fazer piada com nordestinos.
Também em agosto, na mesma viagem à Bahia em que acusou governadores de serem "ladrões", o presidente protagonizou mais uma piada preconceituosa contra o povo nordestino ao lado do deputada federal Carlos Cajado (PP-BA). Em vídeo divulgado pelo deputado nas redes sociais, Cajado pergunta se Bolsonaro está virando “cabra da peste”. O presidente, então, responde na cena ensaiada: “Só tá faltando crescer um pouquinho a cabeça”, diz, antes de soltar uma gargalhada forçada.
As declarações problemáticas não pararam por aí. O presidente Jair Bolsonaro deu uma declaração na noite desta segunda-feira (7) se eximindo da responsabilidade sobre o vazamento de petróleo que atingiu praias do Nordeste. Ele afirmou que o Ministério da Defesa constatou que o material despejado não é de origem brasileira e, portanto, não cabe a ele dar explicações. O presidente afirmou ainda que as investigações continuam para saber de onde vem o óleo.
“Nós estamos investigando, analisando, porque tem um DNA. Por exemplo, não é produzido em nenhum poço brasileiro. E não é comercializado de fora para cá esse tipo de óleo também. Então, [temos] uma certeza: não é do Brasil, não é responsabilidade nossa", declarou.
Enquanto o governo foge da responsabilidade, Sergipe declarou estado de emergência devido ao aumento de danos ambientais causado pelo óleo que vem tomando as praias do Nordeste do País desde setembro. Nove estados foram atingidos.