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O jornalista William Waack, demitido da Rede Globo em dezembro de 2017, após vazamento de um vídeo no qual é flagrado fazendo ofensas racistas, reconheceu que a Lava Jato vem perdendo força.
Defensor da atuação da Lava Jato, Waack diz, em artigo publicado nesta quinta-feira (3) em o Estado de S.Paulo, que, “combinados, os vários elementos (conversas hackeadas, entrevistas, participação em redes sociais, livros de memórias)” levaram a operação para as cordas.
“A Lava Jato foi colocada na casinha, com coleira e tudo. Perdura como fenômeno político e social, mas o ímpeto, o alcance e a abrangência foram severamente limitados. Não se trata de aplaudir ou detestar esse fato. Apenas, reconhecê-lo”, diz o jornalista.
“Os limites são sobretudo políticos, assim como a atuação da Lava Jato foi, desde sempre, uma atuação política. O embate jurídico e doutrinário sobre a conduta de juízes e procuradores – se cometeram crimes ao combater crimes – é um importante capítulo em si. Ocorre que a complexidade e o lado ‘técnico’ desse relevante debate às vezes ofuscam o principal”, prossegue.
Racismo
No vídeo, que vazou nas redes sociais somente em novembro de 2017, Waack aparece em Washington, onde estava para a cobertura da eleição presidencial dos Estados Unidos, que levou Donald Trump ao poder, em 2016. Ele se preparava para entrar no ar ao vivo, quando um motorista passa na rua, buzinando.
“Está buzinando por que, seu merda do cacete?”, reclama Waack. Em seguida, ele se vira para o comentarista Paulo Sotero e afirma: “Deve ser um, com certeza, não vou nem falar de quem, eu sei quem é. Sabe o que é?”. Sotero parece confuso e Waack move sua boca em um cochicho: “Preto, né? É coisa de preto com certeza”.