Em nota oficial, Ministério da Educação chama jornalista d'O Globo de agente da KGB

Viralizou pelo ridículo: Com o intuito de desqualificar o trabalho jornalístico de Ancelmo Gois, o ministro da Educação adotou uma linguagem um tanto quanto bolsonarista e chegou a citar supostas relações do jornalista com a União Soviética e o serviço secreto comunista

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O Ministério da Educação (MEC) divulgou em suas páginas oficiais nas redes sociais, nesta quarta-feira (30), uma nota em que adota um linguajar bolsonarista que chega a citar o antigo serviço secreto comunista, a KGB, e a União Soviética, para atacar o jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. A nota informa que o Instituto Nacional de Ensino de Surdos (Ines) abriu uma sindicância para apurar o sumiço dos vídeos sobre a esquerda da TV Ines, primeiro canal de TV público para surdos. O caso, noticiado por Ancelmo Gois, foi destrinchado em uma reportagem na Fórum. Leia também: Classificado como agente da KGB, Ancelmo Gois mostra dados que confirmam censura no MEC de Bolsonaro De acordo com depoimentos de estudantes e alunos ouvidos pela Fórum, a retirada dos vídeos teria influência do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, um admirador de Olavo de Carvalho. A mesma possibilidade foi aventada por Gois e, no intuito de desqualificar seu trabalho, o MEC recorreu à retórica simplista anticomunista, típica do presidente da República, chegando a sugerir que Gois fosse um agente da KGB. "Durante sua vida como docente, o ministro da Educação sempre ensinou e defendeu a pluralidade e o debate de ideias, recusando-se a adotar métodos de manipulação da informação, desaparecimentos de pessoas e de objetos, que eram próprios de organizações como a KGB, que na década de 60, quando da sua fuga do Brasil para a Rússia, protegeu e forneceu identidade falsa para o colunista de O Globo", diz a nota, que prossegue com mais associações ao comunismo. Pelo ridículo exposto, a postagem do MEC viralizou em pouco tempo. Confira.