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[caption id="attachment_147062" align="alignnone" width="700"] Foto: Reprodução/Twitter[/caption]
Em texto publicado na Folha de S.Paulo, intitulado “Poder e dever na imprensa”, o jornalista Jânio de Freitas afirma que as instituições oficiais não estão em condições de defender as conquistas democráticas e que, por isso, o futuro do Brasil está vinculado não apenas a “Jair Bolsonaro e sua trupe ideológica”, mas também ao papel da imprensa.
O jornalista ressalta que a responsabilidade dos meios de comunicação pode ser excessiva, principalmente porque a mídia tradicional “não supera a vacilação, põe-se como terreno desnivelado de embates entre o interesse público e o interesse privado e, como novidade, já está ameaçada por Bolsonaro”.
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Jânio destaca, ainda, que esse compromisso da imprensa, em tese, integra a concepção de jornalismo consagrada no século passado. No entanto, esse conceito encontra dificuldade no país. “Tanto no poder econômico, que abomina a liberdade de imprensa, como em vícios remanescentes em parte da própria imprensa. Entre eles, o conflito vivido entre ética e conveniência por inúmeros jornalistas”.
Citou, como exemplo, a grande responsabilidade da imprensa pelo desastre do governo Collor, o que provocou “um atraso de anos incalculáveis ao país”. “A defesa dos direitos, da liberdade e demais fundamentos da Constituição exige ser proporcional à ameaça e ao ataque que sofram. Nada menos e, se necessário, mais. Fora disso, é conivência”, diz o jornalista.
Jânio defende a postura dotada por partidos progressistas, que não compareceram à solenidade de posse de Bolsonaro. “Não tinham mesmo que prestigiar a posse de quem disse que vai exterminá-los, seja por ‘acabar com os petralhas’, seja mandado os opositores ‘para a cadeia ou para fora’”.
Desrespeito
O jornalista destacou, ainda, a maneira desrespeitosa como foram tratados os jornalistas que estiveram na cobertura da posse do militar: “Humilhação generalizada”. “Mas só uns poucos jornalistas estrangeiros se retiraram”.
E critica a mídia tradicional brasileira. “Sempre encantada com a imprensa americana, porém, a brasileira tem agora um exemplo diário a considerar: a reação proporcional do Washington Post, do New York Times, da CNN e de outros aos desatinos de Donald Trump. Salvaram a liberdade de imprensa nos EUA e a si mesmos”.
Encerra dizendo que a imprensa brasileira “talvez esteja condenada a algo parecido: o ódio à imprensa na trupe de Bolsonaro, militar e paisano, não quererá perder a oportunidade. Não é hipótese. É certeza”.
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