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O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira (24) que vai deixar o Brasil e abrir mão de seu mandato.
Eleito pela terceira vez consecutiva em 2018, Wyllys é a principal referência da luta pelos direitos LGBTI no Congresso e, diante da ascensão de Jair Bolsonaro à presidência, teme por sua vida e sua integridade física.
"Eu não quero ser mártir. Eu quero viver", afirmou Jean em entrevista à Folha de S. Paulo.
Alvo de fake news da campanha de Jair Bolsonaro e tido como um dos principais inimigos da família Bolsonaro no Congresso, o parlamentar revelou que sempre foi alvo de ameaças mas que começou a cogitar, de fato, abandonar a vida pública, depois do assassinato de sua companheira de partido, a vereadora Marielle Franco. Desde então, Wyllys vive sob escolta policial.
Nos últimos dias, denúncias tem mostrado a ligação do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, com policiais milicianos que estariam envolvidos na morte da psolista, o que incentiva ainda mais a decisão de Jean Wyllys.
"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", desabafou.
Wyllys, que está de férias no exterior, informou que não pretende voltar e que se dedicará aos estudos. "Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios!", escreveu o deputado em suas redes sociais.
Suplente de Jean, o vereador David Miranda (PSOL-RJ), também ativista LGBT, assumirá sua vaga na Câmara dos Deputados. Saiba mais sobre ele aqui.
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