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De acordo com a jornalista Juliana Gonçalves, uma das representantes da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, as eleitoras precisam ir às ruas no dia 29 de setembro pelo #EleNão para “demonstrar a força que a gente tem”. Para ela, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) representa um pensamento arcaico, das oligarquias, misógino e machista.
"Ele não considera as mulheres enquanto seres de direito, vê as mulheres como inimigas”, afirma Juliana dizendo que ele faz parte de uma política velha, que não a contempla em absolutamente nada. “Não é o tipo de política que eu acredito".
Segundo ela, alguns votos de Bolsonaro são irreversíveis e a maioria deles é pautada pela falta de informação. “Tem muitas eleitoras que vão votar nele por conta do antipetismo e pelo antifeminismo, mas por não saber o que realmente é o feminismo”, pondera.
Juliana diz que é preciso quebrar preconceitos e estereótipos que existem sobre as mulheres que lutam por igualdade. “É uma desconstrução”, afirma a jornalista, lembrando que é preciso que os movimentos progressistas reconheçam que existiu uma falha ao permitir que Bolsonaro ganhasse tanta voz. “A gente deixou o ‘coiso’ crescer demais. Como isso foi acontecer?”
Para ela, é importante que as mulheres estejam nas ruas na manifestação para que, nesse espaço, se encontrem e se fortaleçam. “Se o Bolsonaro traz esse submundo, quem pensa diferente disso precisa colocar sua força na rua para mostrar que tem alternativa. Ele não tem um projeto para o País. Ele não tem um projeto de nação que contemple nossa diversidade. Ele é avesso à diversidade. E, nesse momento, ser avesso à diversidade é ser avesso às pessoas. A gente está indo para o tudo ou nada”, conclui.
No dia 29 de setembro espera-se uma grande mobilização de mulheres pelo Brasil contra a eleição de Jair Bolsonaro. Essa reação nas ruas veio da hashtag #EleNão, que começou a circular nas redes sociais e mobilizou artistas, pensadoras e políticas. Até o dia do ato, a Fórum irá entrevistar mulheres que aderiram à campanha.