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Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que eleitores travestis e transexuais poderiam incluir o seu nome social no título de eleitor e no caderno de votação das eleições. As eleições de 2018 trazem outra boa notícia para a comunidade LGBT: o número de candidaturas de pessoas transexuais aumentou dez vezes em relação a 2014, chegando a 52 candidatos a quatro diferentes cargos.
Neste ano, pela primeira vez o Brasil terá uma candidata trans ao Senado Federal, Duda Salaberi, do PSOL/MG, que se identifica como travesti. Ela é presidenta da “Transvest”, ONG que oferece cursos para travestis e transexuais de Belo Horizonte, e se apresenta como “professora de literatura, educadora popular, acadêmica de Gestão Pública, ambientalista, vegana, ativista pelos direitos humanos e dos animais e a Primeira travesti da América Latina candidata ao Senado Federal”.
Além de Duda, as eleições 2018 trazem duas candidaturas a deputada distrital pelo Distrito Federal; 17 a deputada federal; e 32 a deputada estadual, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Nas últimas eleições, apenas cinco pessoas transexuais concorreram a cargos no Brasil.
O partido que mais têm candidatas trans é o PSOL, com cinco representante em 12 estados; seguido por PT e PCdoB com cinco candidaturas em quatro estados cada; e PMB, com quatro candidatas em três estados. Mas há representantes transexuais ainda no PSDB, DEM, Avante, PSB, PPS, PCB, REDE, PP, MDB, PSD, PDT e PHS.
A população transexual e travesti é estigmatizada e sofre violências diversas no Brasil: a expectativa de vida de uma mulher trans é de 35 anos. De acordo com a Antra, apenas em 2017 foram contabilizados 179 assassinatos de travestis ou transexuais. Isso significa que, a cada 48 horas, uma pessoa trans é assassinada no Brasil. Em 94% dos casos, os assassinatos foram contra pessoas do gênero feminino.
Por conta desses dados, a Antra considera tão significativo o aumento no número de candidaturas este ano. “É exatamente isso que chamamos de importância do protagonismo. Mostra que as pessoas estão reivindicando esse lugar de cidadãos, que antes não era possível. Estão dizendo: nós reagimos à transfobia nos candidatando”, diz Bruna Benevides, Secretária de Articulação Política da Antra.
Com informações do Sul 21