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O ex-prefeito de São Paulo e vice na chapa do PT para a presidência, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), nesta terça-feira (14), que a ligação do PSDB com o governo Temer deve deixar o partido de fora do segundo turno no pleito deste ano.
De acordo com Haddad, o fato de o PSDB ter sido um dos articuladores do golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, ter ministros no governo Temer e colocar como proposta em seu plano de governo a continuidade das reformas propostas pelo MDB devem prejudicar o desempenho de Geraldo Alckmin e favorecer Bolsonaro e o PT.
"Por que o segundo turno pode ser com Bolsonaro? Pois o Alckmin está muito associado ao governo Temer. PSDB e MDB fizeram uma aliança em torno do Temer, tiveram quatro ministros nesse governo, dando sustentação. E todos os votos dos tucano no Congresso foram a favor das reformas do Temer. E essas reformas do Temer, o Alckmin está anunciando que vai manter. Pode acontecer de o Alckmin não conseguir se livrar do Temer e não passar para o segundo turno. A associação é muito forte. É muito difícil carregar o governo Temer nas costas", analisou.
Na mesma entrevista, Haddad reafirmou ainda que está na condição de vice na chapa para poder "falar" por Lula até o dia de registro da candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ocorre nesta quarta-feira (15). De acordo com o petista, o partido "não vai abrir mão" do ex-presidente, "independente do que a Justiça determinar".
"Essa crise só termina com Lula na presidência. Vamos continuar na luta. O que fizeram com ele não tem nome. Encarcerara o maior presidente do Brasil com um processo que não para em pé. Não importa o que aconteça, só vamos parar de lutar quando Lula voltar para o seu lugar, que é a presidência da República", afirmou.
Retomada do emprego
Haddad explicou ainda, na entrevista à rádio, quais são os planos do PT para o Brasil voltar a gerar empregos e sair da crise em que se encontra. De acordo com o ex-prefeito, o programa de Lula, para a retomada do crescimento, está baseado em três pilares: diminuição de imposto de renda, redução dos juros dos bancos e retomada de obras.
"Em primeiro lugar, vamos melhorar a renda dos brasileiros, diminuindo imposto de renda de quem ganha até cinco salários mínimos. Vamos dar um choque de consumo para as famílias voltarem a consumir. Vamos também dar um choque de crédito: os bancos não vão poder mais fazer o que fazem, cobrar os juros absurdos que cobram. O banco que cobrar juros altos vai sentir no bolso, porque vai ter que pagar mais imposto. Com isso, vamos gerar uma situação de crédito que as pessoas vão poder limpar o nome. Isso vai gerar emprego e as pessoas vão poder consumir no crediário, mas um crediário com juro de mundo civilizado, não como no cheque especial, que hoje está em 100%", detalhou.
"E a terceira perna desse plano é a retomada das obras. Há muitas obras paradas. 40 mil casas do Minha Casa Minha Vida que poderiam estar sendo terminadas e entregues para as famílias saírem do aluguel e sobrar um pouco para o consumo", completou.
Ouça, abaixo, a íntegra da entrevista.