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A Polícia Federal desencadeou, nesta quarta-feira (4), a Operação Resssonância, nova fase da Operação Lava Jato que tem como alvo multinacionais envolvidas em contratos com a Secretaria de Saúde do Estado do Rio. As investigações apontam a existência de esquemas de corrupção para a compra de equipamentos médicos para o Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into). Segundo a denúncia, as empresas formaram um cartel chamado de "clube do pregão internacional".
As prisões aconteceram no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Um dos presos é o ex-executivo da Philips e atual CEO da General Eletric, Daurio Speranzini Junior. A investigação abrange esquemas ocorridos entre 1996 e 2007, período que Sperazini estava a frente da Philips. Detido na Região Metropolitana de São Paulo, ele deve ser levado ainda esta quarta-feira para o Rio de Janeiro.
Outros dois mandados de prisão foram expedidos contra o empresário Miguel Iskin e Gustavo Estelita. A Lava Jato acusa Skin de chefiar o cartel com a participação de Estellita, seu sócio.
A operação desta quarta-feira é um desdobramento da Operação Fratura Exposta, deflagrada no ano passado. Skin e o ex-secretário de Saúde do estado do Rio, Sérgio Côrtes, são acusados de comandar um esquema de desvio de R$ 300 milhões na pasta do governo estadual.
O juiz Marcelo Bretas expediu 13 mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária. Do total, oito foram cumpridos em São Paulo. Além dos mandados de prisão, foram expedidos 43 de busca e apreensão. Até o fechamento desta reportagem, 20 pessoas haviam sido presas: 12 no Rio, sete em São Paulo e uma em Minas Gerais.
Bretas determinou o bloqueio de bens de todos os investigados. O montante chega a R$ 1,2 bilhão.
Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido no apartamento do ex-secretário de Saúde do governo Cabral. Flagrado na famosa foto da farra dos guardanapos em Paris, Côrtes acabou preso em uma das fases da Operação Lava Jato. Ele deixou a prisão em fevereiro deste ano, graças a um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
Por meio de nota, a Philips informou que "ainda não teve acesso ao processo, no entanto, está cooperando com as autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos quanto às alegações apresentadas, que datam de muitos anos atrás".
"Os atuais líderes executivos da Philips não são parte da ação da Polícia Federal; um colaborador da equipe de vendas da Philips foi conduzido para prestar esclarecimentos. A política da Philips é realizar negócios de acordo com todas as leis, regras e regulamentos aplicáveis. Quaisquer investigações sobre possíveis violações dessas leis são tratadas muito seriamente pela empresa", concluiu a empresa.