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A Agência Lupa afirma no título de uma de suas checagens que Bolsonaro “derrapa” ao dizer em entrevista na sexta-feira (6), ao programa Mariana Godoy Entrevista, na RedeTV! que o jornalista não foi assassinado durante a ditadura militar. Na ocasião, o pré-candidato do PSL disse que “ninguém tem prova de nada [sobre a morte de Vladimir Herzog]”.
A frase, conforme levantado pela agência e de acordo com documento da Comissão da Verdade é absolutamente falsa, já que há provas inegáveis de que Herzog foi assassinado. Ao usar o termo "derrapar" no título a Lupa evidencia mais uma falta de rigor com o contexto informativo. E de alguma maneira também mostra sua pouca empatia com valores democráticos em nome de um certo distanciamento do objeto jornalístico.
Derrapar é algo menor, sem muita importância. Não é um grave erro ou uma agressão imensa à memória dos que foram mortos e torturados na ditadura militar e aos seus familiares.
O mais grave é que agência tinha os elementos para afirmar diferente e esclarece o caso mais adiante:
Os peritos encontraram dois sulcos distintos de enforcamento no cadáver de Herzog, o que indica que o jornalista foi estrangulado e, posteriormente, içado com o objetivo de simular o suicídio. O texto do laudo afirma o seguinte:
“A observação desses dois sulcos (ambos com reações vitais) – um deles típico de estrangulamento e o outro característico daqueles observados em locais de enforcamento (ou em locais onde o corpo foi içado com o objetivo de simular enforcamento) – é incompatível com a versão oficial apresentada de que Vladimir Herzog teria se auto-eliminado”.
Além disso, a perícia também constatou escoriações no tórax de Herzog e concluiu que elas indicam que o corpo do jornalista foi pressionado durante o enforcamento.
“Essas marcas não foram citadas no laudo e guardavam características de terem sido produzidas por compressão da região torácica contra suporte rígido, podendo a ação compressiva ter sido aplicada nas costas de Vladimir Herzog, o que gerou o contato do tórax com esse suporte rígido”.
Por fim, para os peritos, a nota de confissão de Herzog apresenta fortes indícios de ter sido ditada pelos agentes. “Não é possível afirmar que o texto lançado no documento foi escrito de forma espontânea. As alterações de calibre e espaçamento interliterais e intervocabulários, bem como variações de pressão e de tonalidades do traçado, configuram falta de fluidez própria das escritas espontâneas”.
Para a Corte Interamericana de Direitos Humanos também não há dúvida de que Herzog foi enforcado. A instituição destaca que o jornalista apareceu morto, pendurado por uma cinta, mas que os macacões do DOI-CODI, onde ele morreu, não tinham cinta por questões de segurança.
Além disso, a corte reuniu testemunhas que ouviram gritos no dia da morte de Herzog, o que indica que ocorreu tortura.
“Nós dois fomos retirados da sala e levados de volta ao banco de madeira onde nos encontrávamos, na sala contígua. De lá, podíamos ouvir nitidamente os gritos, primeiro do interrogador e depois de Vladimir e ouvimos quando o interrogador pediu que lhe trouxessem