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Bruno Covas (PSDB) contratou a mãe de seu braço direito na administração, Gustavo Pires, que também é um de seus melhores amigos, para trabalhar na SPTrans, empresa do município responsável pelo gerenciamento do transporte coletivo por ônibus. As informações são dos repórteres Rogério Gentile e Guilherme Seto, na Folha desta quinta-feira (7).
A professora aposentada desde 2012, Elisabete Gonçalves Garcia Pires, foi nomeada com o salário de R$ 10.604,00. Somado a sua aposentadoria na rede pública, ela passou a ganhar por mês o valor bruto de R$ 20.918,88.
Ela foi admitida em 12 de março, enquanto Bruno Covas ainda era vice-prefeito e secretário da Casa Civil, órgão responsável pela análise das contratações. Na SPTrans, ela é responsável pela supervisão e treinamento de estagiários que fazem o atendimento da população.
Logo em seguida, no dia 6 de abril, Covas assumiu a prefeitura e, dias depois, promoveu Gustavo Pires, 26, filho de Elisabete, a secretário-executivo do gabinete do prefeito, cargo que não existia na gestão João Doria.
Até então, Gustavo era responsável pela organização da agenda de compromissos de Covas, sob a função de assessor especial da prefeitura, com salário de R$ 4.937. Com o novo cargo, recebe R$ 19.332,68, o equivalente ao de um secretário do governo. Um aumento de 292% em relação ao que recebia no início da gestão João Doria.
Gustavo acompanha Bruno Covas em eventos públicos, reúne-se diariamente com ele e, em algumas situações, também atua como intermediário entre o prefeito e os secretários.
Além de auxiliar, Gustavo também é amigo do tucano. Costumam sair juntos para festas e baladas e viagens para o exterior, como por exemplo, os Estados Unidos e a Croácia.
Em nota, a prefeitura afirmou que:
“Sua contratação, efetivada no dia 12 de março de 2018, passou por análise criteriosa do Conselho Municipal de Administração Pública (Comap), que verificou existir aderência entre sua formação profissional e as funções que exerceria.
À época, Gustavo Pires, era apenas assessor do gabinete do vice-prefeito, sem qualquer poder sobre a SPTrans, empresa que tem natureza jurídica de direito privado e obedece em suas contratações a critérios profissionais.
O fato de Elisabete Pires ser mãe de Gustavo não poderia impedir sua contratação sob pena de se incorrer em preconceito ou discriminação por parentesco, algo que fere o direito e a Constituição.”