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Durante uma palestra para uma plateia de milhares de pessoas em um hotel em Fortaleza (CE), na quinta-feira (28), o pré-candidato à presidência, Jair Bolsonaro(PSL), afirmou que não existe racismo no Brasil.
Para sustentar sua tese, ele usou como exemplo o fato de seu sogro ser negro. Somente o fato de a cor do pai de sua esposa não ter interferido em seu relacionamento significa, na cabeça do pré-candidato, que não há racismo no país.
"Aqui no Brasil, não existe isso de racismo, tanto é que meu sogro é Paulo Negão e, quando eu vi a filha dele, não queria saber quem era o pai dela”, disse.
Denunciado por racismo
Ironicamente, o político que acredita que não há racismo no Brasil é alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) exatamente pela prática do crime de racismo. A motivação da denúncia foi uma fala de Bolsonaro em abril do ano passado. Na ocasião, o pré-candidato falou de forma depreciativa sobre indígenas e quilombolas, chegando a afirmar que os quilombolas "não servem nem para procriar".
Ele chegou a ser condenado a pagar R$ 50 mil por danos morais coletivo e, agora, a PGR pede, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a Corte aceite a denúncia por racismo. Se os ministros aceitarem o parecer, o que é bem provável, Bolsonaro se tornará réu pelo crime de racismo.
"Ultrapassa a liberdade de pensamento e transborda para o conteúdo discriminatório e preconceituoso dos grupos aos quais ofende", afirmou a procuradora-geral, Rachel Dodge, em seu parecer.