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O correspondente alemão Philipp Lichterbeck, no Brasil desde 2012, a pretexto da Copa, escreveu artigo no site DW, em sua coluna Cartas do Rio, sobre a transmissão da Rede Globo e, particularmente, o seu apresentador. Para ele, a partir do início dos jogos, os “brasileiros terão que suportar o eterno Galvão Bueno durante mais essa Copa”.
O jornalista segue, com olhar agudo e atribui a mesmice ao “preço que o país paga por sua meritocracia – que não estimula novos talentos nem contribui para a diversidade. Ao contrário, apenas protege um establishment que mantém o Brasil preso no seu próprio passado”.
Lichterbeck, que escreve para vários veículos alemães sobre aspectos do Brasil e da América Latina, diz que a estética da emissão da Globo “lembra o fim dos anos 1980, início dos anos 1990. Como esse, de qualquer maneira, muitos programas da televisão brasileira parecem como se o mundo tivesse parado há 30 anos. O melhor exemplo ao lado de Galvão é o sexista Domingão do Faustão”, escreveu.
Ao tomar como ponto de partida a transmissão da Copa e a narração monótona, ufanista e arcaica, o jornalista parte para uma análise mais ampla da vida brasileira: “Galvão Bueno é o resultado de uma concentração extrema de meios de comunicação, além de um Brasil refratário a tudo o que é novo e progressivo”, lembra.
Ao avançar ainda mais no assunto, Lichterbeck fala sobre a “monopolização do discurso” que, segundo ele, se espalha em outras áreas e “pode ser encontrada com frequência nos meios de comunicação brasileiros”, afirma. Para ele, “são sempre as mesmas figuras conservadoras que querem explicar o mundo ao público, seja na televisão, no rádio ou nos jornais: Carlos Alberto Sardenberg, Merval Pereira, Miriam Leitão, Ricardo Boechat, Reinaldo Azevedo, Ricardo Noblat. Vozes jovens têm pouca chance. Se não houvesse a internet, deveria-se falar de uma oligarquia da informação”.
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