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Um ano depois da divulgação da gravação de Joesley Batista, completados nesta quinta-feira (17), a permanência de Michel Temer no cargo espanta Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República que assinou os acordos de delação com Joesley e Wesley Batista. O ex-procurador falou em entrevista para O Globo.
“A pergunta que se tem que fazer é: existem provas contra o presidente da República em exercício por atos criminosos por ele praticado? A imprensa divulgou áudios, vídeos. Se isso não é suficiente, eu me mudo para Marte.”
Janot disse também que “essa foi uma das colaborações premiadas que mais auxiliaram o combate à corrupção no Brasil. Atingiu um presidente da República em exercício que, depois de três anos e meio da Lava Jato, continuava praticando atos que queria. Achava que era imune a qualquer investigação do Ministério Público. E nenhum cidadão é”, lembrou.
Para o ex-procurador, foi a Câmara dos Deputados que não permitiu o prosseguimento dos dois processos penais contra Temer. “Processos inaugurados contra ele com provas, estou falando em provas, não em indícios, que decorreram da colaboração premiada e da atuação proativa desses colaboradores. Malas de dinheiro circulando em São Paulo, ‘tem que manter isso, viu?’, isso não é pouco. Isso é muito”, disse.
Já quanto ao senador Aécio Neves, pego também em gravações com Joesley e investigado no mesmo acordo de delação, Janot lembra que ele agora é réu, responde a um processo penal.
Sobre o ex-procurador, Marcelo Miller, Janot acredita que ele tenha “cometido atos não éticos, mas estou convencido hoje que crime ele não cometeu”.