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O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, investigado pela suspeita de ter recebido propina da empreiteira OAS, soltou nota nesta quarta-feira (16) onde diz que o manifesto feito por ex-presidentes de países europeus em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula foi um gesto "preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira".
Em nota, Aloysio diz ainda sobre os líderes que “tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro”.
No manifesto, o ex-presidente da França François Hollande; os ex-premiês da Itália, Massimo D'Alema, Romano Prodi e Enrico Letta; da Bélgica Elio di Rupopelo e da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero ressaltam que "a luta legítima e necessária contra a corrupção não pode justificar uma operação que questiona os princípios da democracia e o direito dos povos a escolher seus governantes", além de considerarem precipitada a prisão de Lula e de manifestarem preocupação com o processo de impeachment da presidente deposta Dilma Rousseff”.
Veja a íntegra da nota emitida pelo Itamaraty abaixo:
"Recebi, com incredulidade, as declarações de personalidades europeias que, tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro. Qualquer cidadão brasileiro que tenha sido condenado em órgão colegiado fica inabilitado a disputar eleições. Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito. Fariam isto em seus próprios países? Mais do que escamotear a verdade, cometem um gesto preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições democráticas".