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O acampamento Marisa Letícia, localizado na rua Padre João Wislinski, 260, no bairro Santa Cândida, Curitiba, onde dormem integrantes da vigília Lula Livre, foi atacado a tiros por volta das quatro horas da madrugada deste sábado (28).
Duas pessoas foram feridas, uma delas está hospitalizada. Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, foi prontamente encaminhado ao hospital com um tiro no pescoço. Apesar da bala ter atravessado o local, ele não corre perigo de morte, mas ficará na UTI por enquanto para observar a evolução.
Jeferson é militante e morador de São Paulo. Ele atua como segurança do acampamento.
O outro ferido é uma mulher do Rio Grande do Sul, que estava dentro de um banheiro químico que foi alvejado pelas balas. Ela teve apenas ferimentos leves em decorrência dos estilhaços.
[caption id="attachment_132266" align="alignnone" width="230"] A roupa de Jeferson com sangue. Foto: Acampamento[/caption]
A autoria do ataque a tiros ainda não foi identificada. A polícia está neste momento fazendo os registros necessários. A informação de pessoas que estavam no acampamento aponta que havia movimentação de pessoas passando em frente ao local e gritando palavras de ordem a Jair Bolsonaro.
Em nota, o Dr. Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília disse: “Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”.
Em repúdio contra a violência, integrantes do acampamento trancarão uma rua da região.
[caption id="attachment_132268" align="alignnone" width="405"] Bloqueio em Curitiba. Foto: Acampamento[/caption]
NOTA DA VIGÍLIA LULA LIVRE
A vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram repudiam de forma veemente o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, ocorrido na madrugada de hoje (28) e que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço.
A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!
No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento (17), cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento social haviam sido atacados na região. Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento.
“Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”, enfatiza Dr. Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.
Seguiremos com nossas atividades, lutas, programação e debates da vigília. A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes.
Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando.
Convocamos a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília. Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas.
Vigília Lula Livre, 28 de abril de 2018.
As informações são de Neudicleia de Oliveira/ Brasil de Fato