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Por Marcos Cesar Danhoni Neves*
O Brasil assiste, desde 2016, a uma descida veloz em espiral diante do abismo aberto pelas ações golpistas que apearam uma presidenta honesta do poder. A ação sempre foi combinada entre amplos setores representativos das forças mais obscuras da sociedade brasileira. Nosso conceito de Nação foi desconstruído rapidamente e a população, pasma, vive sob o torpor e a inação completa.
Na aventura de um novo golpe em um novo século, o “filósofo” Jucá (ou Cajú segundo o pseudônimo na lista da Odebrecht) escreveu todo o roteiro com o seu hoje clássico “tem que estancar a sangria” ... “com judiciário, com tudo...”.
O ápice do golpe era a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva e seu silenciamento completo. Porém, algo saiu errado! Na ânsia da prisão e da aniquilação da frágil democracia brasileira, Sergio Moro (a reencarnação dos camisa-pretas fascistas da década de 1920) foi deixando vestígios imensos do crime que estava engendrando: escutas ilegais, vazamentos seletivos para a Globo, ritos sumários, audiências sem a Promotoria viciada do “pastor” Dallagnol, proibição de acesso a documentos e locais da defesa do ex-presidente, aceitação de notas frias e documentos rasurados e sem assinaturas, combinação de juízos com outras instâncias judiciárias (especialmente o TRF-4).
O orgasmo múltiplo de Moro (que havia prometido ao seu falecido pai, em Maringá, a destruição da esquerda e a prisão de Lula) seria o encarceramento do ex-presidente numa solitária onde ele poderia controlar, por vídeo-monitoramento, o comportamento diuturno de “seu” prisioneiro, revelando sua tara degenerada típica de tantos psicopatas que expressam comportamentos semelhantes.
Sergio Moro, alçado à condição de “herói” pela mídia golpista e pela população reacionária e descerebrada que apoiou abertamente o golpe, logo ausentou-se do país para uma universidade norte-americana para dar o relato de sua “aventura épica”.
Porém, é neste momento que o golpe começa a se esfacelar diante da comunidade internacional (e também nacional!): Sergio Moro é surpreendido pelas notícias da invasão do apartamento triplex pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Na invasão, os manifestantes descobriram que nunca havia sido feita uma reforma naquele imóvel; que não existiam móveis luxuosos; que não existia um “elevador privativo” (diferenciado em relação aos outros existentes em outros três triplex existentes no mesmo edifício) e que as supostas e fraudulentas reformas tinham notas fiscais com endereçamento em Curitiba e assinada por gente enroscada com a Justiça! Ao saber da invasão, Moro destemperou-se e a condenou não pelo seu aspecto de legalidade, mas por ter sido descoberto seu conluio no afã de acobertar suas convicções com provas plantadas e claramente falsas!
A situação só piorou quando uma juíza, Carolina Lebbos, começou a agir como pau-mandado de Moro, recusando sumariamente a visita de qualquer autoridade religiosa, política e cultural à prisão solitária de Lula. O afã da juíza era tão grande e destemperado que negou a visita de um Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, mesmo ele invocando as “Regras Mandela”, que lhe davam esse direito, uma vez que o Brasil é país signatário dessa Lei na ONU.
E é aqui, com esta síntese que queremos chegar: Moro e Lebbos, irmanados na vingança mais mesquinha ... aquela vingança que os cega e que os denuncia à Nação e a todo o mundo, deixando expostos todos os estupros da Lei que eles bancaram para prender Lula, isolá-lo do mundo e negar a ele e à maioria da população sua concorrência à presidência da República (e provável vitória).
Moro, que se gabava de seus cursos no “Departamento de Estado” norte-americano (provavelmente na CIA), como estampa em seu paupérrimo Currículo Lattes, tentou nos Estados Unidos criar uma narrativa do filme “O Poderoso Chefão (“The Godfather” – mas do filme e não do livro de Mario Puzo, posto que Moro é provavelmente um analfabeto funcional) misturando o nome de um personagem em italiano (“BonaSera” – o correto seria “Buona Sera”) com uma síntese e analogias incompreensíveis e incompatíveis com a situação brasileira. Esta fala, num inglês macarrônico, rodou o mundo pelo pouco conhecimento de língua inglesa de Sergio Moro que cometeu erros que nem um jovem aprendiz dessa língua comete: por exemplo, colocar a palavra “MAN” (“homem”) no plural “MANS” (quando o plural é “MEN”), e dar plural à palavra PERSON (pessoa), quando não existe plural na língua inglesa. Isto mostra que ou Moro mentiu sobre seus cursos patrocinados por Washington ou, se fez estes cursos, os fez em língua portuguesa de algum brasilianista (norte-americano especialista em Brazil...) treinado pela CIA/FBI.
Quanto à juíza, Carolina Lebbos, que está negando todas as visitas à solitária onde Lula está encerrado, é uma pessoa de menos de 35 anos de idade, concurseira, com nível de especialização somente, conforme aponta o site “O ESCAVADOR”: uma pessoa simplória, mas altamente domesticada por Sergio Moro, ele próprio um jacú de Maringá embasbacado pelo protagonismo pilotado de Washington. Lebbos não sabe, mas tornou-se uma pessoa mundialmente conhecida por sua tirania, covardia e vilania. Nem o terrível regime racista do apartheid na África do Sul proibiu visitas a Nelson Mandela. Aliás, Esquivel invocou as “Regras Mandela” para poder visitar Lula, o que foi sumariamente negado.
Essas repercussões dessa turma que adora forjar provas, proibir ou fazer jejuns ridículos como o ultrarradical messiânico-narcisista Dallagnol, expuseram a farsa da Lava-Jato em todo o planeta e o grau de perseguição política que vige no Brasil. Hoje, o mundo tem certeza que Lula é um prisioneiro político e que isto se deve para que se complete o golpe de 2016.
O título deste artigo cita o clássico “Ratos e Homens”, do Prêmio Nobel de Literatura, John Steinbeck. Neste romance excepcional, o homem é Lennie, um personagem que trata uma criança como seus ratos de estimação e que acaba matando-a! Tal qual a história de Steinbeck, Sergio Moro é o homem descerebrado que ainda brinca com seus brinquedos de infância, infantilizando a Nação brasileira e guardando seu “prêmio”, no caso, Lula, como um rato em sua gaiolinha predileta... Porém, o que Steinbeck nos explica é que o homem é o rato, e seu brinquedo é a forma para denunciar, a todos, que o doente mental é aquele preso em sua eterna auto-cela de infantilidade e imbecilidade.
Moro, achando-se homem, especialmente devido aos prêmios forjados da Globo e IstoÉ, no Brasil, e de um MAN OF THE YEAR (que ele não sabe pronunciar em inglês) de sociedades comerciais norte-americanas, que estão comprando as empresas públicas brasileiras, nos Estados Unidos, reduziu-se àquilo que ele nunca esperava: um rato... um ser desprezível para o Direito no Brasil e no mundo.
*Marcos Cesar Danhoni Neves é professor titular da Universidade Estadual de Maringá e autor do livro “Do Infinito, do Mínimo e da Inquisição em Giordano Bruno”, entre outras obras