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A lista das adversidades do candidato à presidência, Geraldo Alckmin, nesta pré-campanha é bem maior do que na de 2006, quando enfrentou José Serra na disputa interna e foi disputar e perder a eleição para o então presidente Lula.
Daqui a 12 dias, Alckmin deixará o cargo com a mais baixa popularidade que já experimentou. Sua aprovação está em apenas 28%. Em abril de 2006, esse índice estava em 66%.
Político que mais tempo terá ficado à frente do governo de São Paulo —13 anos —, Alckmin conta com os dividendos dessa hegemonia para abrir uma boa vantagem de votos no estado em relação aos adversários e chegar ao segundo turno. É aí que uma segunda dificuldade, que também não existia em 2006, se apresenta. Alckmin está perdendo a eleição em seu próprio estado. Quatro anos atrás, ele foi reeleito no primeiro turno vencendo em 644 dos 645 municípios paulistas, mas hoje perde para o deputado Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas. Em 2006, nesse período, Alckmin ocupava disparado o topo das sondagens, com 41% das intenções de voto.
Ameaçadora, a situação é monitorada por prefeitos aliados do pré-candidato com pesquisas feitas nas regiões metropolitanas do estado.
“Eleitores que votaram no PSDB nas últimas eleições estão declarando voto no Bolsonaro. Isso está acontecendo no nosso círculo de amigos, pessoas que sempre votaram no PSDB e agora estão dizendo que vão de Bolsonaro”, diz o prefeito de Ribeirão Preto, o tucano Duarte Nogueira.
O cenário se repete em nível nacional. Doze anos atrás, Alckmin tinha cerca de 20% das intenções de voto em abril e aparecia em segundo lugar, atrás do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje ele patina entre 6% e 11%, a depender do cenário pesquisado.
O rótulo de investigado na Lava-Jato engrossa a lista de adversidades inimagináveis por Alckmin em 2006. Naquela eleição, pós-escândalo do mensalão, o discurso ético de combate à corrupção foi um dos pilares de sua campanha para tirar votos de Lula. Hoje, é um recurso esquecido, pois Alckmin é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal aberto após acusações de delatores da Odebrecht.
Com informações do Globo