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O Rio de Janeiro lidera a lista dos 11 estados que fizeram cortes no Orçamento da área de segurança de 2015 a 2017. O estado governado por Luiz Fernando Pezão (MDB) fez, nesse intervalo de três anos, o maior corte do país em gastos com segurança pública em valores absolutos —R$ 888 milhões, já atualizados pela inflação, uma queda de 9%.
Os números foram consolidados pela Folha a partir de relatórios do Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público), que são organizados pela Secretaria do Tesouro Nacional com base em informações dos próprios governos estaduais.
No Brasil inteiro, os gastos estaduais com segurança tiveram pequena alta no período —pouco acima de 1%.
Como os anos foram de recessão e de queda abrupta na arrecadação, especialistas em contas públicas avaliam que ajustes eram previsíveis.
O paradoxal é que outros estados igualmente arrastados pela crise tiveram comportamento inverso ao do Rio.
Em grave situação fiscal, o Rio Grande do Sul colocou mais R$ 420 milhões no combate ao crime nos três últimos anos. Segundo a Secretaria da Fazenda gaúcha, foi preciso cortar em outras áreas para conseguir o montante.
Houve redução de cargos comissionados, horas-extras, passagens aéreas, além de aumento de ICMS e cobrança da dívida ativa, por exemplo.
De 2015 a 2016, o estado gaúcho sofreu com a escalada da criminalidade. Os latrocínios (roubos seguidos de morte) aumentaram 35% e os roubos tiveram alta de 19,5% na comparação dos primeiros semestres de cada ano. Com a piora dos índices, a decisão foi priorizar essa área.
No Rio, a escalada da criminalidade foi a justificativa do presidente Michel Temer (MDB) para decretar a intervenção na segurança do estado no mês passado.
O general do Exército Walter Braga Netto assumiu o comando tanto das polícias como do setor penitenciário.
O ex-secretário da Segurança Roberto Sá culpou a falta de dinheiro pelos problemas. “Com os recursos que tínhamos, a gente fez o possível”, afirmou, ao sair do cargo com a intervenção federal.
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