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POLÍTICA
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Por Ivana Bentes
Doutor Moro! A sincera mediocridade de Sérgio Moro é um espanto! O homem médio, engravatado, com aquela cara quadrada sem expressão parece conter todas as certezas do mundo, apresentadas com a monotonia e enfado dos que nunca duvidaram. Os entrevistadores do Roda Viva, numa conversa de uma amenidade pantanosa e anti-jornalística, arrastam a entrevista com uns poucos momentos de provocação em que o Doutor Moro responde sempre de forma burocrática, como alguém que engoliu um manual de bons modos e contenção. A cara de Moro é insondável! A testa pequena, o olhar franzido de quem poderia estrelar um comercial de "Biotônico Fontoura" ou qualquer remédio de almanaque fora de moda. Eis o homem, sem estofo, opaco, catapultado para o centro da roda como o "herói de nossa gente"! O "homem sem qualidades" do nosso tempo que fascina multidões que se identificam com esse semblante que olha para o vazio e se diz o cumpridor da lei. Engomado, sóbrio, calçando as sandálias da "humildade", Moro faz das suas desqualidades seu troféu. Até o Padilha melhorou o Moro! O homem médio (suas roupas, sua fala, seu corpo engessado, mortificado) e suas convicções são algo aterrorizante! "Sou apenas um cumpridor da ordem", eis #sergiomoro
P.S. Não há o que dizer do conteúdo da entrevista, porque tudo o que poderia ser realmente discutido, debatido, desdobrado, problematizado foi reduzido a uma forma vazia: o cumprimento da LEI. E é como diz o ditado que melhor traduz o Estado brasileiro: "aos amigos os favores, aos inimigos a lei".