Operador tucano usou nomes de babás da família em lista irregular de reassentamento

Os desvios de Paulo Preto, em uma lista ilícita de quase 1.800 pessoas, somaram R$ 7,7 milhões entre os anos de 2009 e 2011

O operador do PSDB Paulo Preto
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Denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo afirma que Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto e apontado como operador do PSDB, incluiu indevidamente uma lista de quase 1.800 pessoas em programas de reassentamento de famílias desalojadas por grandes obras viárias da estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A). Nesta lista, o operador tucano usou ainda nomes de seis funcionários de sua família, incluindo três babás. De acordo com a acusação do Ministério Público Federal em São Paulo, protocolada nesta quinta-feira (22), os desvios somaram R$ 7,7 milhões entre os anos de 2009 e 2011. O órgão investiga o caso porque os recursos foram repassados pelo governo federal à administração paulista. Paulo foi diretor de engenharia da Dersa e é apontado pelo MPF como comandante do esquema. Além dele, foram denunciadas quatro pessoas, incluindo José Geraldo Casas Vilella, chefe do departamento de assentamento da Dersa, e a psicanalista Tatiana Arana Souza Cremonini, filha do operador tucano. Os cinco são acusados dos crimes de formação de quadrilha, peculato (apropriação ou subtração de bem público) e inserção de dados falsos em sistema público de informação. Na denúncia, os procuradores descrevem três conjuntos de desvios. Paulo, Geraldo e uma ex-funcionária da Dersa se envolveram com os três. A irmã da ex-funcionária e Tatiana participaram de um caso cada uma. Para a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, "os múltiplos crimes de peculato e inserção de dados, cujas penas são de 4 a 12 anos cada [uma], ocorreram em continuidade delitiva, com a possibilidade de a pena ser aumentada de um sexto a dois terços em cada fato criminoso narrado na denúncia". Paulo e Geraldo estão sujeitos a uma condenação que pode variar de 15 a 81 anos, "mais o agravante do crime continuado". A defesa de Paulo Preto, representada pelo advogado Daniel Bialski, afirma que "esta denúncia é contrária à própria conclusão da auditoria interna e investigações internas que inocentaram Paulo Vieira de Souza de qualquer ato ilícito ou favorecimento a quem quer que seja". "Igualmente, a denúncia não se ampara nos elementos informativos colhidos no inquérito policial que mostraram que ele não cometeu qualquer crime." Leia a matéria completa no UOL