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O ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy foi detido nesta terça-feira para ser interrogado pela polícia de Nanterre. A sua campanha vitoriosa, em 2007, é suspeita de financiamento ilícito por parte da Líbia.
Segundo o Le Monde, a detenção do ex-Presidente pode durar 48 horas, período após o qual pode ser apresentado a juízes para ser formalmente acusado.
Esta é a primeira vez que Sarkozy é interrogado sobre este caso, depois de, em abril de 2013, ter sido aberto um inquérito judicial para apurar se o regime líbio, então liderado por Muammar Kadhafi, financiou a campanha de Sarkozy, na qual o conservador venceu a socialista Ségolène Royal.
Questionado sobre esta situação pelo canal BFM-TV, o primeiro-ministro gaulês, Edouard Philippe, não quis fazer comentários mas admitiu que, “por vezes, tinha uma relação difícil” com Sarkozy apesar de pertencerem à mesma família política. No entanto, o governante garante que as suas relações com o antigo Presidente “foram sempre marcadas pelo respeito mútuo”.
Ouvido no âmbito desse inquérito em novembro de 2016, Ziad Takieddine, empresário líbio, afirmou ter transportado cinco milhões de euros em dinheiro, de Trípoli para Paris, entre o final de 2006 e o início de 2007. O dinheiro teria como destinatário Sarkozy, então ministro do Interior.
Este testemunho corrobora o de Abdallah Senoussi (cunhado de Kadhafi), que, em setembro de 2012, confirmou a existência de financiamento líbio à campanha presidencial de Sarkozy, assim como as notas encontradas num caderno do antigo ministro do petróleo líbio, Choukri Ghanem.
Alexandre Djouhri, empresário e peça-chave do caso, está detido no Reino Unido desde Janeiro, suspeito de “fraude” e “branqueamento de capitais”.
Em Abril de 2012, o site de investigação Mediapart tornou público um documento em que era aprovado o pagamento de 50 milhões de euros para “apoiar” a campanha eleitoral de Sarkozy. Esse documento foi assinado pelo então responsável pelos Serviços Secretos líbios, Moussa Koussa.
Nicolas Sarkozy foi Presidente entre 2007 e 2012. O antigo chefe de Estado francês negou sempre qualquer envolvimento líbio na sua campanha presidencial de 2007, dizendo que as alegações eram “grotescas”.
Com informações do UOL