Lula: “Surgiram milhares de Marielles e não há possibilidade fora da luta”

No lançamento de seu livro “A Verdade Vencerá”, publicado pela Editora Boitempo em evento em São Paulo, o ex-presidente afirmou: “O que está nesse livro é exatamente a minha verdade. Tô na luta é tô tranquilo!”

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[caption id="attachment_127578" align="alignnone" width="1016"] Lula, durante lançamento do livro "A Verdade Vencerá": "O objetivo da Lava Jato é execrar e condenar a pessoa antes do julgamento. Vem desde o mensalão com a teoria do domínio de fato” - Foto: Reprodução/Facebook[/caption] “A morte daquela companheira fez com que surgissem milhares e milhares de Marielles. Não existe possibilidade fora da luta”. Foi dessa forma que o ex-presidente Lula voltou a comentar o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), durante o lançamento do livro “A verdade vencerá: o povo sabe por que me condenam”, da Editora Boitempo, em evento realizado na note desta sexta-feira (16), em São Paulo. “Eles transformaram a morte dela numa barbárie humana, numa barbárie política. Este país inteiro se manifestou. Todo mundo virou, por algumas horas, Marielle, todo mundo virou defensor dos direitos humanos, todo mundo virou defensor dos oprimidos”, disse Lula. A jornalista Rosane Borges, que também é ativista negra, lembrou a morte: “O Brasil nestes dois últimos dias está em comoção, está em luto e em luta. O seu julgamento (referindo-se a Lula), a morte de Marielle, são todos elementos de uma mesma equação”, disse. O vereador Eduardo Suplicy (PT), que foi secretário dos Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo na gestão de Fernando Haddad, usou a palavra para prestar “solidariedade, pêsames e homenagem a Marielle Franco e a Anderson”. Em seu discurso, o ex-presidente abordou, ainda, seu julgamento: “O objetivo da Lava Jato é execrar e condenar a pessoa antes do julgamento. Vem desde o mensalão com a teoria do domínio de fato”, afirmou. Em relação ao livro, que traz uma longa entrevista com Lula, além de outros textos sobre o contexto político do momento, ele destacou: “O que está nesse livro é exatamente a minha verdade. Tô na luta é tô tranquilo!”. A obra tem 216 páginas e é uma montagem de três entrevistas com o ex-presidente feitas pelos jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, o professor Gilberto Maringoni e a editora Ivana Jinkings. Os encontros ocorreram após a condenação de Lula em segunda instância, em fevereiro, na sede do Instituto Lula, em São Paulo. O prólogo é assinado pelo cronista gaúcho Luís Fernando Veríssimo. “Quando saí da presidência pensei em escrever uma biografia. Chamei o Fernando Morais e pedi pra ele escrever um relato do meu governo. Mas já tinha um da Denise Paraná contando até 1980. E eu não queria deixar esse hiato em branco”, relatou. “O Fernando Morais tá escrevendo faz cinco anos e toda vez que pergunto pra ele do livro ele fala: 'tá pronto, só falta escrever'. Porque o tempo é implacável. Éramos em oito irmãos, já somos só cinco. Eu acho que o Vavá vai na minha frente. Pelo menos ele não vai chorar por minha causa... Enfim, acho que o Fernando Morais tá escrevendo. Daí apareceu a Ivana e me propõe de escrever esse livro”, disse ainda, aos risos. Com informações do Brasil 247 e de O Povo