Ex-ministro de FHC diz que São Paulo é uma grande praça de lavagem de dinheiro

Convidado do “Entre Vistas”, da TVT, Paulo Sérgio Pinheiro diz ser impossível combater tráfico sem se investigar como dinheiro do crime é lavado no sistema bancário do Brasil

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Com Rede Brasil Atual O cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, ministro de Direitos Humanos do governo de Fernando Henrique Cardoso, foi o convidado desta terça-feira (27) do programa Entre Vistas, na TVT. Com a autoridade de quem foi relator da infância da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Pinheiro afirma que as crianças serão as primeiras vítimas do congelamento por 20 anos dos gastos sociais do governo federal. “É preciso ter política estritamente direcionada para crianças e adolescentes.” De modo semelhante, o ex-ministro também acredita que os jovens serão as “vítimas na linha de frente” da intervenção federal no Rio de Janeiro. E sobre a intenção do governo Temer de obter mandados de busca e apreensão coletivos nas favelas cariocas, Pinheiro não economizou na crítica. “É um absurdo fascista.” Paulo Sérgio Pinheiro duvida da eficácia da ação militar, vista como um paliativo sem frutos para o futuro, diante da falta de ações inteligência. “Como o dinheiro (do tráfico) é lavado no sistema bancário do Brasil?”, questiona. “Hoje, São Paulo é uma grande praça de lavagem de dinheiro.”

Governo e presidente ilegítimos

Em quase uma hora de programa, Pinheiro se mostrou otimista ao analisar a evolução da temática dos direitos humanos no Brasil desde a redemocratização, apesar de definir como “regressista” o governo de Michel Temer, a quem não hesita em classificar como “governo e presidente ilegítimos”. “A política avançou em todos os governos, com ênfase de continuidade nos governos de Fernando Henrique, Lula e Dilma. Hoje, Temer é um governo regressista, porque põe abaixo tudo o que se conquistou. É um momento de desconstrução da democracia, um momento gravíssimo”, analisa. O papel da mídia no impeachment de Dilma Rousseff também é abordado no programa, gravado no Café do Sindicato dos Bancários, no Edifício Martinelli, centro de São Paulo. Além da mediação de Juca Kfouri, o Entre Vistas teve participação da vereadora paulistana Juliana Cardoso (PT) e de Ana Claudia Mielke, do coletivo Intervozes. Assista a íntegra aqui.
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