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O empresário Wesley Batista, um dos donos da J&F, deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em São Paulo na madrugada desta quarta-feira (21). Ele e o irmão Joesley tiveram a prisão preventiva substituída por medidas cautelares, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Joesley, porém, segue preso porque existe um segundo mandado de prisão contra ele.
Apesar de ter fechado acordo de delação premiada com o Ministério Público, Wesley estava preso desde setembro por suspeita de usar informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro, o chamado "insider trading" - o empresário é acusado de ter utilizado sua delação para lucrar com venda de ações e compra de dólares quando suas denúncias foram divulgadas.
A Sexta Turma do STJ substituiu nesta terça (19) a prisão preventiva dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, por medidas cautelares.
Wesley deixou a PF, no bairro da Lapa, Zona Oeste da cidade, pouco antes das 3h. Ele saiu do prédio por uma portaria de acesso dos funcionários.
Segundo o advogado Igor Tamasauskas, Wesley foi pra casa. Ele, no entanto, não soube dizer se o empresário já estava usando tornozeleira eletrônica.
Seu irmão, Joesley, segue preso pois, em setembro, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia apresentado uma nova denúncia contra Joesley, por obstrução de Justiça.
A mesma decisão de Janot rescindia seu acordo de delação premiada por entender que tanto Joesley quanto outro executivo do grupo Ricardo Saud, mentiram sobre fatos de que tinham conhecimento, se recusaram a prestar informações e que ficou provado que, após a assinatura do acordo, eles sonegaram, adulteraram, destruíram ou suprimiram provas.
Pela decisão do STJ, Wesley Batista:
Terá de comparecer em juízo e manter endereço atualizado;
Ficará proibido de se aproximar ou ter contato com outros réus e testemunhas;
Ficará proibido de ocupar cargo no conjunto de empresas envolvidas no caso;
Ficará proibido de deixar o Brasil sem autorização;
Será submetido a monitoração eletrônica
A decisão, por 3 votos a 2, foi tomada no âmbito do processo em que Wesley e Joesley são réus, acusados de ganhos ilegais no mercado financeiro.
À TV Globo, o advogado de Wesley e Joesley, Pierpaolo Bottini, afirmou que a decisão reconhece que os irmãos Batista colaboraram com a investigação e não são um risco à ordem pública.