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POLÍTICA
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Em artigo virulento intitulado ‘Moro num país tropical’, publicado na Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira (29), o colunista Janio de Freitas afirma que o juiz Sérgio Moro, “ao renegar a afirmação de que jamais se tornaria político, e incorporar-se ao governo que ajudou a eleger, mais do que desmoralizou o seu passado de juiz”, mas, de acordo com o colunista, “tornou mais desprezível a imagem do futuro governo e do país exposta a cada dia pela imprensa mundial”, disse.
Janio lembra que a “torrente de acusações judiciais que, de repente, voltou a cair sobre Lula, Dilma Rousseff e até Fernando Haddad —em contraste com o presente antecipado de libertação do delator Antonio Palocci— até agora não teve êxito algum em sua função extrajudicial. Não fez parecer que a continuidade de acusações nega a finalidade, nas anteriores à eleição, de impedir a candidatura de Lula e sua previsível vitória”, adverte.
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A partir das atitudes do juiz, a eleição de um candidato que apoia a ditadura e o título com o verso de uma canção símbolo do período militar, o jornalista constata: “voltamos a ser um país com algumas originalidades musicais, carnavalescas, geográficas, mas um país atrasado de um povo atrasado. E não há o que responder”.
E então, recorda: “No mundo não atrasado, inexiste o país onde um juiz pusesse na cadeia o líder da disputa eleitoral e provável futuro presidente, e deixasse a magistratura para ser ministro do eleito por ausência do favorito”.
Janio chama a atenção para as atitudes de Moro: “Condutas próprias de ditadura, mas em regime de Constituição democrática”, e faz a comparação inevitável: “O juiz italiano da Mãos Limpas tornou-se político, mas sua decisão se deu um ano e meio depois de deixar a magistratura. Moro repôs o Brasil na liderança do chamado subdesenvolvimento tropical, condição em que a Justiça se iguala à moradia, à saúde, à educação, e outros bens de luxo”.
Ao final, o jornalista constata: “Sergio Moro é dado como futura nomeação de Bolsonaro para o Supremo. Muito compreensível”, encerra.
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