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A equipe de transição de Jair Bolsonaro (PSL) trabalha com três propostas no setor industrial, que têm como ponto comum a redução, voluntária e unilateral, sem exigência de contrapartidas, das tarifas de importação para diversos produtos.
De acordo com apuração do Estadão/Broadcast, já está certo que a redução das tarifas será feita aos poucos e junto com uma reforma tributária, o que se avalia que ajudaria a melhorar o ambiente de negócios, mas, na prática, encontra forte resistência dentro do setor industrial.
A ideia principal é que as tarifas de todos os bens importados sejam reduzidas em quatro anos. Os produtos que atualmente são taxados de 20% a 35%, como eletrodomésticos, automóveis e confecções, passariam para 15%. Os com tarifa de 15% a 20%, como alguns bens de capital, para 10%. Tarifas de 5% a 15%, que atinge produtos siderúrgicos, por exemplo, cairiam para 5% e, as abaixo de 5%, como matérias-primas, para zero. O corte unilateral das tarifas por um dos membros, porém, é vetado pelo Mercosul.
As propostas de abertura comercial com redução unilateral das tarifas de importação contrariam a posição da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para a qual a abertura deve ser feita por meio de acordos comerciais que prevejam alguma contrapartida para o País. "Somos a favor da abertura, desde que seja por meio de acordos internacionais", disse o presidente da CNI, Robson Andrade. "Abertura unilateral, que benefício tem?" Ele defende que o Brasil receba algo em troca pela abertura de seu mercado. Por exemplo, novas tecnologias e inovações.
Para Andrade, se as tarifas forem reduzidas abruptamente, o resultado pode ser a perda de investimentos que seriam feitos no País por empresas estrangeiras.