“Hitler ficaria feliz de achar um adepto”, diz professora Lisete sobre Bolsonaro

Em entrevista, candidata ao governo de São Paulo pelo Psol afirmou: "O que ele fez na cidade é desproporcional ao que ele diz na propaganda”, se referindo a João Doria

Foto: Divulgação/Facebook
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Candidata ao governo de São Paulo, professora Lisete (Psol) afirmou, em entrevista exclusiva à Fórum nesta quarta-feira (3), que é adepta da campanha #EleNão e que o movimento surgiu como “fruto das barbáries que o [Jair] Bolsonaro (PSL) tem falado”. Segundo ela, seria melhor se o presidenciável se mantivesse calado. “Eu confesso que é difícil, em 2018, aparecer um candidato que acha que ele mata, ele prende, ele resolve... ele não tem programa e usa de um simplismo incrível. Ele tem traços claramente nazistas. [Adolf] Hitler ficaria feliz de achar um adepto”, afirma a candidata, que foi ao ato que aconteceu no último sábado (29) e que diz ter observado um movimento “em defesa da civilidade”. Questionada sobre a campanha #EleTambémNão, relacionada ao candidato João Doria (PSDB) em São Paulo, a professora afirma que o ex-prefeito tinha assumido um compromisso de não deixar a cidade de São Paulo e mesmo assim largou. “O que ele fez na cidade é desproporcional ao que ele diz na propaganda”, explica Lisete, que no debate realizado nesta terça-feira (2) falou sobre isso com o tucano. É exatamente nos debates que a professora sente que existe mais machismo na campanha. Segundo Lisete, os candidatos sempre evitam entrar no debate diretamente com ela. “É um cargo que os homens estão acostumados que só eles podem competir”, explica a única candidata ao governo de São Paulo. “Eles ficam surpresos que você ouse disputar um cargo que eles entendem que é deles. Mas passado o impacto, as coisas vão funcionando. Mas uma boa parte dos meus colegas se sente constrangida em ser contestada por uma mulher no mesmo nível de debate. Se eles puderem não perguntar pra mim, eles não perguntarão”, constata. Mesmo assim, a professora diz estar sendo sempre “muito bem recebida” pelos eleitores por onde passa. “Todo mundo tem uma professora que gostava bastante”, brinca a candidata, que diz que é preciso melhorar a remuneração dos educadores em São Paulo. Por isso, ela defende dar um aumento de 40% para eles. “Ninguém discute que médico tem que ganhar bem”, compara. Segundo ela, é preciso que as crianças tenham melhores condições de estudo, com merendas adequadas e espaços, e que os professores tenham como colocar o conteúdo em prática. “Falta estímulo para a categoria. Isso precisa ser enfrentado por quem acredita que a educação é prioridade. Não vi isso no governo do PSDB nesses 24 anos”, conclui.

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