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Aos 74 anos, o jornalista Elio Gaspari, autor de uma série de livros sobre a Ditadura Militar no Brasil, afirmou em sua coluna no jornal O Globo desta seta-feira (26), que "o risco de golpe está embutido na retórica de Bolsonaro, de alguns de seus colaboradores e até de seguidores".
No artigo, intitulado "Não quero fazer parte disso", Gaspari afirma que, desde o fim dos anos de chumbo nenhum presidente "elegeu-se sugerindo medidas que pudessem prenunciar uma ameaça às instituições democráticas".
"Até o dia da posse, tudo será encanto e sedução. Como ensinou Marco Maciel, 'as consequências vêm depois'. A essência da questão está na parte que caberá a cada um quando elas chegarem", diz.
O jornalista relembra ainda a cena em que, em 1966, o marechal Cordeiro de Farias entrou no gabinete do presidente Castelo Branco para falar da possível postulação do ministro da Guerra, Artur da Costa e Silva, ao cargo de Presidente.
"No encontro, Cordeiro disse ao presidente: 'Você é generoso com o Costa e Silva, eu sou justo. Você sabe que ele vai afundar o país, pois é incapaz, e eu não quero ter parte nisso', relata Gaspari. "Costa e Silva assumiu em 1967 e afundou o país em 1968, baixando o Ato Institucional nº 5.