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O jornalista e professor da ECA-USP, Eugênio Bucci, publicou artigo no Estadão desta quinta-feira (25) onde compara o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ao ex-líder fascista italiano e conclui que Benito Mussolini, “quem diria, tinha mais educação”.
No texto, Bucci adverte para o fato de que os “apoiadores de Bolsonaro (refiro-me àqueles minimamente ilustrados) desprezam as palavras dele. Acham que seus pronunciamentos infamantes não têm importância. Acham que poderão controlá-lo depois de eleito”, mas, segundo o jornalista, “estão enganados”.
Ao lembrar o discurso que Bolsonaro fez, transmitido por telefone no último domingo (14) a apoiadores na avenida Paulista, o jornalista diz que “o tom não é o de um candidato a presidente de uma República democrática, mas o de alguém que se lança como futuro senhor de todos os poderes, com atribuições plenas de fazer leis, de aplicá-las e depois executar as penas, de banir quem quiser e de prender quem bem entender”.
Como exemplo, usa as frases: “Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa Pátria” e “Essa Pátria é nossa. Não é dessa gangue que tem a bandeira vermelha e tem a cabeça lavada”.
Bucci recorda ainda que Bolsonaro, “em transe de onipotência, anuncia que seu adversário nesta eleição também será preso” e questiona: “Com que autoridade ele fala isso? Que mandato imagina que receberá das urnas? O de xerife nacional?”.
O jornalista adverte, no entanto que “a declaração mais escabrosa de Jair Bolsonaro no domingo não foi nenhuma dessas”, mas sim contra a “liberdade de imprensa”. E recorda a frase: “Sem mentiras, sem fake news, sem Folha de S.Paulo!”. E prosseguiu: “Nós ganharemos essa guerra. Queremos a imprensa livre, mas com responsabilidade. A Folha de S.Paulo é o (sic) maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo. Imprensa livre: parabéns! Imprensa vendida: meus pêsames!”
Ao final, Bucci diz que “nem Benito Mussolini se atreveria a tanto” e recorda: “No dia 27 de janeiro de 1924, já primeiro-ministro, na abertura do Congresso de Imprensa Fascista e Philofascista, ele declarou que ‘a liberdade de imprensa não é somente um direito, mas um dever’”.
E encerra: “Mussolini nunca foi um liberal, mas, ao menos durante um tempo, segurava o facho. Tinha alguma educação. Podia até pensar que o primeiro dever da imprensa era elogiá-lo, mas maneirava no discurso. Sabia que a liberdade tinha defensores atentos. E hoje?”.
Leia o artigo completo no Estadão