Cortes no orçamento argentino devem gerar manifestações nesta quarta

O governo precisa aprovar o orçamento como demonstração de força ao FMI e demais especuladores. Leia na coluna de Ana Prestes

O Congresso Argentino. Foto: Pixabay
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Nota Internacionais, por Ana Prestes - A Argentina deve ser palco de grandes manifestações, nesta quarta-feira (24), em frente ao Congresso Nacional, quando a Câmara dos Deputados tentará aprovar o Orçamento de 2019. São enormes os cortes em saúde, educação, cultura e programas estatais em geral na proposta a ser votada. O governo precisa aprovar o orçamento como demonstração de força ao FMI e demais especuladores. Se passar na Câmara, a proposta vai ao Senado e as organizações sociais e sindicais já preparam mobilizações de 36 horas seguidas. A votação no Senado pode coincidir com a cúpula do G20 (30 de novembro) que poderá contar com a presença de Trump, o que elevará o tom dos protestos. - A marcha de centro-americanos rumo aos EUA continua e, na impossibilidade de detê-la, a nova tese da administração americana é de que a marcha estaria sendo financiada pela Venezuela. De acordo com esta opinião, o estado venezuelano estaria financiando grupos da esquerda centro-americana para organizarem a caravana que desafia Trump e sua política anti-imigração. Não foram demonstradas provas de que tal financiamento realmente se deu. Tudo indica ser mais uma bravata para culpar a Venezuela por tudo o que ocorre no continente. - Outra especulação curiosa de Trump e seu vice Mike Pence sobre a caravana é de que seria certa a presença de árabes entre os que marcham, o que seria uma ameaça de alto risco para o país. O comentário veio através de uma mensagem via twitter do porta-voz da casa branca, Tyler Houlton, que diz: “cidadãos de países que estão fora da américa central, incluindo países do oriente médio, África, sul da Ásia e outras partes estão atualmente viajando através do México para os EUA” e ainda acrescentou que são indivíduos membros de grupos com histórico criminal significante. - Segue a polêmica em torno da morte do jornalista saudita Jamal Kashoggi. Na verdade, o caso se transformou em um grande palco internacional para medição e exibição de força. O presidente turco, Erdogan, conhecido por reprimir jornalistas em seu próprio país, virou um defensor incansável de Kashoggi, em clara demonstração de oportunismo para disputar com a casa real saudita mais espaço na liderança do mundo mulçumano. Trump fez do evento também uma oportunidade de aumentar sua influência sobre os líderes sauditas que já dão sinais de preocupação com o linchamento público internacional. O Rei e o príncipe herdeiro receberam ontem familiares do jornalista e prestaram condolências. - Trump e Putin terão um encontro no próximo dia 11 de novembro em Paris, nos marcos das comemorações dos 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial. A confirmação do encontro foi dada esta semana em Moscou pelo conselheiro de segurança nacional, John Bolton. O secretário esteve na capital russa para tratar do rompimento unilateral por parte dos americanos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário firmado em 1987 por Reagan e Gorbachev. - Um estudo (Igualdade na Educação: Derrubando Barreiras à Mobilidade Social) da OCDE publicado nesta terça (23) aponta que somente 2,1% dos alunos carentes no Brasil conseguem atingir o nível de bons conhecimentos em Ciências, Matemática e Leitura. Entre os demais países da OCDE (maioria ricos) o nível é de 25% entre estudantes carentes. A referência para o estudo é o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) e deixa o Brasil atrás de países como a Colômbia, Costa Rica, Geórgia, Romênia e Trinidad e Tobago. - Os EUA ainda mantém 500 crianças filhas de imigrantes em barracas há meses no Texas. As barracas na cidade de Tornillo foram instaladas em junho como medida de emergência temporária, mas o local acabou se tornando um depósito de crianças separadas de suas famílias. Segundo a legislação norte-americana, crianças nessas condições só podem ficar 20 dias em abrigos dessa natureza, tendo que ser entregues a guardiões ou levados para abrigos credenciados com acesso à educação e saúde. - No Uruguai, terminou ontem a detenção administrativa do comandante do Exército, Guido Manini Ríos, determinada pelo presidente Tabaré Vazquez em razão de pronunciamentos com conteúdo político a respeito de reformas previdenciárias no país. No Brasil, segundo regulamentos internos das Forças Armadas, militares também são proibidos de emitir publicamente opinião política ou partidária. - Em Moçambique, a Frelimo (partido no poder), venceu as eleições municipais em 44 dos 53 municípios do país, inclusive na capital Maputo. A Renamo (partido da oposição) ficou na direção de 7 municípios e o MDM com a cidade de Beira. Um município ainda está sem resultado. A demora no escrutínio e a acusação de fraude no processo fez com que a Renamo ameaçasse deixar as negociações de paz, o que pode levar o país a uma escalada de conflitos. - O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, se dirigiu nesta terça-feira em Pretória aos embaixadores e diplomatas que representam a África do Sul em todo o mundo e pediu que estes façam seu trabalho de divulgar no exterior que o governo está vencendo a guerra contra a corrupção e que os investidores podem vir fazer negócios. O presidente quer atrair cerca de 1.4 trilhão de rands. - Um estudo divulgado no México, feito por um banco (Credit Suisse) aponta que 96 milhões de pessoas se encontram na pobreza ou em risco de cair na pobreza e que somente 39 pessoas possuem um patrimônio superior a 500 milhões de dólares. Outras 266 pessoas concentram entre 100 e 500 milhões de dólares.