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[caption id="attachment_142711" align="alignnone" width="700"] Fotos: Reprodução[/caption]
O empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, que está envolvido diretamente no escândalo do WhatsApp do candidato Jair Bolsonaro, divulgou o número do telefone celular do jornalista Ricardo Galhardo, do Estado de S.Paulo, em represália por ter sido questionado pelo esquema de fake news bancado por empresários para beneficiar Bolsonaro.
O fato motivou uma nota de repúdio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji):
Na noite desta sexta-feira (19.out.2018) o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, publicou em seu perfil no Twitter o número de celular do repórter Ricardo Galhardo, do Estadão. Hang tem mais de 56 mil seguidores.
O empresário divulgou o número na sequência de uma postagem em que acusa o jornalista de “querer vincular o envio de mensagens de texto da Havan a clientes com política”: “olha o nível da baixaria!!”, diz Hang.
Observando a norma profissional de ouvir todos os lados de uma questão, Galhardo ligou para o empresário para obter declarações sobre a suspeita de que ele contratou envios de mensagens em massa a favor do candidato Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “Quando perguntei sobre o assunto, ele me xingou, disse que iria ‘me f***er’ e que iria colocar meu telefone nas redes sociais”, relata o jornalista.
Com a divulgação do número, Galhardo passou a receber mensagens agressivas no WhatsApp. O departamento jurídico do jornal foi acionado para tomar providências legais. O Twitter removeu a postagem por considerá-la abusiva, uma violação das regras de uso da plataforma.
A Abraji repudia a exposição indevida do telefone do repórter Ricardo Galhardo pelo empresário Luciano Hang. Ações como esta comprometem a liberdade necessária aos jornalistas para fazer perguntas -- especialmente as incômodas. Sem essa liberdade, a democracia definha.