Márcia Tiburi: "Como seria o julgamento de Lula se estivéssemos em uma democracia?"

"Nas democracias, o que pensam os torcedores não importa. Em uma democracia, o ex-presidente não deveria ser absolvido, muito menos condenado. Mas não estamos mais em uma democracia", escreve a filósofa, em artigo publicado na Revista Cult.

Marcia Tiburi (Arquivo)
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"Nas democracias, o que pensam os torcedores não importa. Em uma democracia, o ex-presidente não deveria ser absolvido, muito menos condenado. Mas não estamos mais em uma democracia", escreve a filósofa, em artigo publicado na Revista Cult. Da Redação* Em artigo publicado na Revista Cult, a filósofa Márcia Tiburi esmiuçou o que está por trás do julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), no próximo dia 24 de janeiro. Logo no início ela levanta a questão: O ex-presidente deve ser condenado, e impedido de disputar a próxima eleição, ou absolvido? Ajude a Fórum a fazer a cobertura do julgamento do Lula. Clique aqui e saiba mais. "Existem duas torcidas, cada uma defende um resultado diferente. Tem até juiz que, mesmo sem ter lido a sentença, a declara irrepreensível. Vai entender. Nas democracias, porém, o que pensam os torcedores não importa. Em uma democracia, o ex-presidente não deveria ser absolvido, muito menos condenado". Ela segue dizendo: "Mas não estamos mais em uma democracia. A Constituição que a sustentava legalmente foi aniquilada. Hoje em dia, ninguém mais consegue citar a Constituição para fazer valer um direito. O que se chama “Estado de Exceção” tomou conta. Quem pode mais faz o que quiser – no caso, os juízes, desembargadores, ministros do STF e todo um sistema de justiça cada vez mais patético aos olhos da população perplexa. Bom lembrar que ninguém – nem o mais meigo existencialista – faz nada sem interesse. Então, essa galera toda está trabalhando muito pelo que lhe interessa: mais e mais poder. Acompanhe a íntegra do artigo na Revista Cult. *Com informações da Revista Cult Foto: Simone Marinho/Editora Record/Divulgação