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“Não é o Lula que defendemos, mas sim a democracia, a devolução do país aos brasileiros”, disse o senador em entrevista a Renato Rovai, em Porto Alegre
Por Renato Rovai
O editor da Revista Fórum, Renato Rovai, entrevistou, na manhã desta terça-feira (23), o senador Roberto Requião (PMDB-PR), em Porto Alegre, onde ele acompanha as movimentações que envolvem o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Requião falou sobre o processo de Lula que envolve o tríplex, no Guarujá, a conjuntura política, a luta contra o neoliberalismo entre outros assuntos.
Para Requião, “a OAS queria fazer a gentileza típica que as empreiteiras fazem, mas Lula não aceitou. O que acontece hoje é uma jogada política contra a candidatura do Lula. Eu fui oposição à política econômica do governo Lula. Mas não vou usar os mesmos critérios do Moro para julgá-lo. O Moro se apaixonou pelos EUA, não sei porque. Eles querem tirar o Lula do processo eleitoral. Isso serve aos americanos, ingleses, franceses, enfim, aos estrangeiros. Estamos perdendo o controle da energia elétrica, perdemos as garantias trabalhistas, eles estão acabando com o Estado Social no Brasil. A cabeça deles foi tomada por essa história de liberdade de comércio. Com isso, o Moro, na sua carreira se torna importante entre seus pares e também diante da grande mídia internacional”, disse.
Para ele, o que fazem com Sérgio Cabral é um indício de um Estado de exceção. “Todos nós vimos com alegria o indiciamento do Sérgio Cabral, ele é um bandido. Mas de repente mudam o Sérgio Cabral de presídio e o acorrentam daquela maneira para fazer espetáculo televisivo. Isso é a volta de uma ação medieval. E aqueles meninos da PF com balaclava na cabeça, com toucas ninja. Pra que isso?”, comentou.
Sobre o depois de amanhã, o dia seguinte ao julgamento, Requião disse ter muita expectativa com essa manifestação de indignação da população brasileira. “Quem tem que resolver isso é o povo brasileiro. Que apresentem essa demolição do Estado nacional nas urnas, quero ver se ganham. O Lula é uma alavanca para reverter esse processo todo. Não é o Lula que defendemos, mas sim a democracia, a devolução do país aos brasileiros”, concluiu.