Mônica Iozzi diz que recebeu flores, vinhos e joias de senador que foi candidato a presidência

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“Ele fez isso porque, em Brasília, o assédio sexual funciona como assédio moral”, denunciou a atriz, que na época era repórter do CQC. Da Redação Nesta semana, Mônica Iozzi falou a uma plateia lotada na Casa TPM sobre a sua descoberta como feminista. Revelou que foi um episódio bem desagradável, envolvendo o deputado ACM Neto, que a fez perceber isso. “Fui entrevistar o deputado ACM Neto e ele pegou na minha cintura antes de responder a uma pergunta. Fiquei com tanta raiva que fiquei vermelha. Dei um tapa na mão dele e perguntei o que ele estava fazendo. Ele disse que estava tentando me deixar mais à vontade”. Ela respondeu: “Quando o Danilo (Gentili) trabalhava aqui, o senhor tentou deixar ele mais à vontade?”. Não bastasse esse relato, a atriz contou ainda sobre o assédio que sofreu de outro parlamentar brasileiro. Sem revelar nomes, Mônica falou sobre presentes que recebia de um senador que já foi candidato a presidente, mas foi derrotado nas urnas. "Um candidato à Presidência começou a me mandar flores. Olha só. E eu nunca respondi. Aliás, eu deixava as flores no hotel. Eu ia embora do hotel e deixava as flores lá. E aí as flores se transformaram em flores com vinho. Depois, em flores com vinho e um brinco da Vivara". Mônica Iozzi disse que a situação foi lhe incomodando, mas mesmo assim nunca falou com o senador a respeito. Até um dia em que ela, então repórter do CQC, encontrou o parlamentar e ele perguntou na frente de vários jornalistas que presenciaram o fato: “Você não tem recebido os meus agrados?”. Ela, ironicamente, negou que estivesse recebendo. Como foi uma clara tentativa de desmoralizar o perfil contestador da repórter, Mônica disse que “perdeu a medida”, mas se orgulha dessa história e explicou porque respondeu o senador presidenciável. “Porque uma coisa é importante: ele não fez isso para ser agradável e não porque, necessariamente, ele quisesse me ‘comer’. Ele fez isso porque, em Brasília, o assédio sexual funciona como assédio moral", apontou. E continuou: “A partir do momento em que você desqualifica uma mulher, dando a entender que ela só está ali porque deu para alguém, que ela tá ali porque ela está disponível para você. Quando você galanteia uma mulher naquele ambiente, mesmo que o cara queira alguma coisa com aquela mulher. Em primeiro lugar, ele tá fazendo um assédio moral. Ela tá dando a entender, você é um pedaço de carne, e você pode até ser jornalista, mas você também tá aqui para servir a gente” "Eu me lembro de responder para ele. Ele: ‘Ah, você não tá gostando dos meus agrados e tal?’. Eu falei assim: ‘É que não são agrados, né senador? É assédio.'", finalizou, arrancando aplausos da plateia. Assista ao vídeo na íntegra: Foto: Reprodução/YouTube