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Ministro do STF disse considerar Janot "o procurador-geral mais desqualificado" que já passou pelo cargo. Presidente da entidade afirmou que "furor mal contido nas declarações de Mendes revela objetivos e opiniões pessoais".
Da Redação*
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) se apressou e saiu em defesa de Rodrigo Janot, depois das críticas disparadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A ANPR se manifestou em nota, assinada pelo presidente da entidade, José Robalinho Cavalcanti. Ele disse que "o furor mal contido nas declarações de Gilmar Mendes revela objetivos e opiniões pessoais (além de descabidas), e não cuidado com o interesse público".
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Gilmar disse que considera Janot "o procurador-geral mais desqualificado que já passou pela história da Procuradoria". O ministro também afirmou que Janot não possui "preparo jurídico nem emocional para dirigir algum órgão dessa importância".
A nota sustenta que o trabalho de Rodrigo Janot, nos quase quatro anos de mandato, foi sempre impessoal e de qualidade e, por isso, tem apoio da população. "O Ministério Público não age para perseguir ninguém, e não tem agendas que não o cumprimento de sua missão constitucional", escreveu o presidente da entidade. Por fim, disse que "o MPF e suas lideranças jamais se intimidarão".
Leia a manifestação na íntegra:
"Representante de 1.300 membros do Ministério Público Federal, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público repudiar os ataques absolutamente sem base e pessoais ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, proferidos em deliberada série de declarações, nos últimos dias, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes.
Em primeiro lugar, e desde logo, é deplorável que um Magistrado, membro da mais alta Corte do País, esqueça reiteradamente de sua posição para tomar posições políticas (muito próximas da política partidária) e ignore o respeito que tem de existir entre as instituições, para atacar em termos pessoais o Chefe do Ministério Público Federal. Não é o comportamento digno que se esperaria de uma autoridade da República. O furor mal contido nas declarações de Gilmar Mendes revela objetivos e opiniões pessoais (além de descabidas), e não cuidado com o interesse público.
Rodrigo Janot foi duas vezes nomeado para o cargo de PGR depois de escolhido em Lista Tríplice pelos seus pares, a última delas com consagradora votação de quase 80% de sua classe. Em ambas as indicações foi aprovado pelo Senado Federal por larga margem, tudo isso a demonstrar o apoio interno e externo que teve, mercê de seu preparo técnico, liderança e história no Ministério Público Federal. O trabalho do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, nestes quase quatro anos de mandato, por outro lado, foi sempre impessoal, objetivo, intimorato e de qualidade. Não por outro motivo tem o apoio da população brasileira.
O Ministério Público não age para perseguir ninguém, e não tem agendas que não o cumprimento de sua missão constitucional. Tampouco, todavia, teme ou hesita o MPF em desagradar quem quer que seja, quando trabalha para o cumprimento da lei e promove a justiça. O Procurador-Geral da República assim tem agido em todas as esferas de sua competência, promovendo o combate à corrupção e liderando o Ministério Público Federal na complexa tarefa de defender a sociedade. Se isto incomoda a alguns, que assim seja. O MPF e suas lideranças jamais se intimidarão. Estamos em uma República, e ninguém nela está acima da Lei.
José Robalinho Cavalcanti
Procurador Regional da República e presidente da ANPR"
*Com informações do Zero Hora
Fotos: Lula Marques/AGPT/Fotos Públicas e Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas