Filho de ministro do TCU é alvo da 45ª fase da Lava Jato

Polícia Federal cumpre mandado de busca contra Tiago Cedraz, filho de Aroldo Cedraz. Em 2015, a Fórum já havia divulgado a informação, presente na delação do presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, de que o advogado havia recebido propina.

Escrito en POLÍTICA el
Polícia Federal cumpre mandado de busca contra Tiago Cedraz, filho de Aroldo Cedraz. Em 2015, a Fórum já havia divulgado a informação, presente na delação do presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, de que o advogado havia recebido propina. Da Redação* O filho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU), o advogado Tiago Cedraz, é um dos alvos da 45ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (23), em Salvador, Brasília e Cotia (SP). Ao todo, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos na atual fase, batizada de Abate II. Segundo a TV Globo, há uma intimação para que Tiago Cedraz compareça imediatamente à superintendência regional da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento. As investigações dão conta que o lobista Jorge Luz, que está preso em Curitiba, afirmou, em depoimento, que o advogado Tiago Cedraz intermediou conversas entre a empresa norte-americana Sargeant Marine e a Petrobras e que ele teria recebido 20 mil dólares em propina por isso. Cedraz recebeu os recursos em contas mantidas na Suíça em nome de offshores, ainda de acordo com as investigações. A operação Abate I, deflagrada na sexta (18), apontou que Cândido Vaccarezza, que tambén foi preso, recebeu propina por um contrato obtido pela Sargeant Marine e a estatal. Vaccarezza acabou sendo solto pelo juiz Sérgio Moro nesta terça (22), e é alvo de um dos mandados de busca da atual fase. Ele saiu da cadeira depois do vencimento da prisão tempor[aria, mas terá de pagar fiança no valor de R$ 1.522.700,00. A atual fase investiga dois advogados que participaram de reuniões, nas quais o esquema criminoso, com o pagamento de propinas a agentes da Petrobras, teria sido planejado. Eles teriam recebido comissões pela contratação de uma empresa americana pela estatal, mediante pagamentos em contas mantidas na Suíça em nome de offshore, segundo as investigações. A PF também detectou a participação de um ex-deputado federal e uma assistente dele na prática dos crimes e no recebimento de pagamentos indevidos. Nos últimos anos, Tiago Cedraz se tornou um nome recorrente na Lava Jato. Em julho de 2015, o advogado já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão em seu escritório de advocacia, o Cedraz Advogados. À época, a Fórum divulgou que, em acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, disse que fazia pagamentos mensais de R$ 50 mil ao filho de Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU). O advogado Tiago Cedraz receberia a propina para repassar informações do TCU de interesse da construtora. Além disso, em 2016, Pessoa entregou à Polícia Federal uma tabela que indicava pagamentos a Tiago Cedraz. Na delação dos executivos e ex-dirigentes da Odebrecht, o nome de Tiago Cedraz voltou à tona. O ex-executivo da construtora, Henrique Pessoa, afirmou ao Ministério Público que ficou sabendo que Tiago teria sido contratado, por R$ 1 milhão, para "resolver um problema" que estava parado no TCU. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro e Tiago Cedraz. *Com informações do G1 Foto: Reprodução/Youtube