Toma lá dá cá de Temer mexe com indicados de deputados que votaram por impeachment

Planalto castiga os chamados "infiéis", retira cargos de 40 deputados e vagas ficarão com os que blindaram o peemedebista contra denúncia da Procuradoria-Geral da República.

08/08/2017- São Paulo - SP, Brasil- Cerimônia de Lançamento do PRODULOTE - Produção de Lotes Urbanizados. Discurso do Presidente do SECOVI, Flávio Amary. Foto: Alan Santos/PR
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Planalto castiga os chamados "infiéis", retira cargos de 40 deputados e vagas ficarão com os que blindaram o peemedebista contra denúncia da Procuradoria-Geral da República. Da Redação* O governo federal mostrou que é rancoroso e não faz questão de manter o mínimo de pudor no toma lá dá cá de cargos e apoio. Passadas duas semanas da votação da denúncia contra Michel Temer (PMDB) na Câmara, a cúpula decidiu, após longo mapeamento, tirar cargos de cerca de 40 deputados da base considerados "infiéis". A expectativa do governo é que a decisão alivie a pressão sobre a articulação política, conduzida pelo ministro Antonio Imbassahy, que tem sido alvo de críticas de deputados ávidos por cargos, sobretudo de integrantes do centrão — grupo responsável pela vitória de Temer no plenário da Câmara. A matemática tem sido feita por Imbassahy, ao lado dos líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso, André Moura (PSC-SE), que são os “detentores da lista”. Os outros ministros palacianos acompanham as conversas, mas não estão na linha de frente dessas negociações. De acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, como é comum que deputados tenham mais de um indicado na estrutura do governo, o número de cargos a serem trocados pode, ao menos, dobrar em relação a esses 40 parlamentares. No Diário Oficial, as operações caminharão paralelamente: será publicada a exoneração de um apadrinhado de um parlamentar que votou contra Temer e, na mesma edição, o novo ocupante do posto, indicado por alguém que votou alinhado com o presidente. Assessores do Planalto, no entanto, afirmam que as decisões ainda podem demorar, já que é preciso uma pesquisa minuciosa para levantar a ficha dos indicados, o que fica a cargo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Casa Civil e também com assistência da Secretaria de Governo. Apesar disso, e de olho em apoio para a reforma da Previdência, fontes governistas confirmam que também há negociações no sentido de entregar cargos a parlamentares da base que votaram contra Temer, mas que se comprometerem a votar a favor da reforma. Os agraciados fazem parte do grupo que não tinha cargos na administração pública e, portanto, esses deputados ainda não estavam “fidelizados”. *Com informações de O Globo Foto: Alan Santos/PR/Fotos Públicas