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O caso é sobre denúncia de superfaturamento em cirurgias. No decorrer da conversa, Daniel Almeida perde a cabeça e xinga Maria Lima de “puta” e “arrombada”.
Da Redação*
Áudio divulgado nesta quarta-feira (16) no WhatsApp mostra uma pessoa identificada como irmão do governador interino David Almeida (PSD), Daniel Almeida, pressionando a diretora do Instituto Gente Amazônica (Igam), identificada como Maria Lima, que denunciou o superfaturamento de 780 cirurgias no hospital Delphina Aziz.
A gravação foi divulgada um dia após o deputado Dermilson Chagas (PEN) ter denunciado que o secretário estadual de Saúde, Vander Alves, teria pago para o Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), que administra o hospital Delphina Aziz, cerca de R$ 8,4 milhões por 780 cirurgias, o que dá em torno de R$ 10 mil por procedimento.
Daniel, no áudio, questiona o fato de Maria ter exposto o caso nos jornais. “O Vander (Alves, secretário de Estado da Saúde) quer brincar com coisas sérias. Eu tentei conversar. Isso não se faz. Nós temos a população morrendo e o cara tá superfaturando R$ 10 mil por cirurgia. Você acha certo isso?”, responde a empresária.
Daniel rebate afirmando que ao divulgar o caso, Maria expôs seu irmão – o governador David Almeida. “Mana, mas você me colocou numa situação difícil, Maria. Eu que te levei lá”, disse. Maria então faz um alerta: “E se ele não parar de emitir notas mentirosas vai piorar. Outra coisa, lá na Seduc o Mário foi querer proibir a minha entrada. A sua irmã apareceu lá para proibir tudo do Igam. Isso não se faz, Daniel. É um direito do Instituto não compactuar com coisa desse tipo”, afirma.
Procurado pela reportagem, o governador David Almeida afirmou por meio de mensagens de WhatsApp, que não ouviu o áudio. “Se ele (Daniel Almeida) faz ameaças, que seja punido, não vou ouvir (o áudio). Esse é um assunto pessoal dele”, declarou David Almeida.
O que diz a Susam
Em nota, a Susam afirmou que a proposta apresentada pelo Igam para a realização de cirurgias no hospital da Zona Norte foi de R$ 11,8 milhões, 40% acima da proposta do Imed, que foi de R$ 8,4 milhões e venceu a licitação. A secretaria afirma que cada cirurgia custará R$ 3,6 mil, valor abaixo dos R$ 5 mil cobrados pelo Igam. Diz também que os documentos estão à disposição dos órgãos de controle.
*Com informações da Crítica
Foto: Reprodução/Internet