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A “mágica” serviu para a socialite e apresentadora de TV Val Marchiori financiar seu Porsche Cayenne S, modelo 2014, com que ela circulava pelas ruas dos Jardins paulistanos.
Da Redação*
No tempo em que era presidente da instituição, Aldemir Bendine, preso na manhã desta quinta (27) pela Operação Lava Jato, o Banco do Brasil transformou caminhões em um carro de luxo.
A “mágica” serviu para a socialite e apresentadora de TV Val Marchiori (foto) financiar seu Porsche Cayenne S, modelo 2014, com que ela circulava pelas ruas dos Jardins paulistanos.
Em 2015, a Folha revelou que a instituição driblou regras internas para financiar à socialite R$ 2,79 milhões, subsidiados pelo governo a juros de 4% ao ano. O financiamento integrava uma linha de crédito para caminhões, e destinava-se à Torke Empreendimentos, transportadora registrada em nome da socialite.
Val foi acusada de fraude pelo Ministério Público Federal em 2016. A procuradora Karen Kahn sustentou que ela alterou o objeto social da Torke ao incluir no objeto social da transportadora que a empresa trabalhava com produtos perigosos.
Segundo a denúncia, a manobra serviu para atender a uma exigência da instituição financeira e, assim, conseguir a liberação do empréstimo, com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Marchiori tinha restrição de crédito por não ter pago empréstimo anterior ao BB e também não apresentava capacidade financeira para obter o financiamento -parte dele, usado para a compra do Porsche.
A socialite é amiga de Bendine e o acompanhou em duas missões oficiais do banco, uma na Argentina e outra no Rio. Em entrevista à Folha, o ex-motorista do BB Sebastião Ferreira da Silva disse que a buscava em diversos locais de São Paulo a pedido dele. "Fui buscar muitas vezes a Val Marchiori", afirmou.
O ex-presidente do Banco do Brasil nega qualquer participação na concessão do empréstimo. Ele reconhece que ficou hospedado no mesmo hotel que Marchiori nas duas ocasiões, mas diz que a estadia dela não tinha relação com as missões do banco, que foram coincidências.
*Com informações da Folha
Fotos: Divulgação