Ex-PGRs dizem que Lula jamais interferiu no órgão

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Em depoimentos ao juiz Sérgio Moro, os ex-procuradores-gerais da República Antônio Fernando de Souza e Cláudio Lemos Fonteles foram categóricos ao afirmar que Lula jamais interferiu na atuação do Ministério Público, mesmo na época da Ação Penal 470, o "mensalão"  Por Brasil 247

Os ex-procuradores-gerais da República Antônio Fernando de Souza e Cláudio Lemos Fonteles prestaram depoimentos nesta quarta-feira, 14, ao juiz Sérgio Moro, em ação penal no âmbito da Lava Jato em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu.

Os dois prestaram depoimento como testemunhas de defesa e foram categóricos ao afirmar que Lula jamais interferiu na atuação do Ministério Público. "Nunca, em nenhum momento, houve qualquer pedido direto ou indiretamente sobre as atividades que eram da minha atribuição nem de outros colegas do Ministério Público", afirmou Antônio Fernando, por meio de vídeoconferência de Brasília.

O ex-PGR, que ficou conhecido por ter formulado a denúncia que gerou a Ação Penal 470, o chamado "Mensalão", disse ainda que na gestão de Lula houve "mecanismos de aprimoramentos" nos órgãos do governo federal que combatem à corrupção.

Já Cláudio Lemos Fonteles, que comandou o Ministério Público entre 2003 e 2005, disse que Lula respeitou a autonomia da instituição ao nomeá-lo, após a Associação Nacional dos Procuradores ter feito uma lista, em que ele foi colocado em primeiro lugar. "O presidente confirmou a vontade da classe", pontuou.

O depoimento de Antônio Fernando de Souza e Claudio Fonteles ocorreu na ação penal em que o MPF acusa o ex-presidente Lula de receber como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo (SP). De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, esses imóveis foram comprados pela Odebrecht em troca de contratos adquiridos pela empresa na Petrobras. Lula nega qualquer relação com irregularidades.