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Debate sobre mídia livre organizado pela CUT reúne blogueiros em Curitiba
Por Frédi Vasconcelos
Mediado pelo editor da Fórum, Renato Rovai, aconteceu em Curitiba, nesta quarta-feira, debate sobre mídia livre com a participação de blogueiros de todo o país. Para Laura Capriglione, do Jornalistas Livres, os atos em Curitiba nesses dias do depoimento de Lula estão emocionando. “Aqui tem uma delicadeza e uma força simbólica incrível. A defesa do Lula, o carisma do MST, o ato inter-religioso que ocorreu. Há quanto tempo não conseguimos emocionar as pessoas? Esses foram dias de grande retomada de nossa narrativa. Aqui estão falando aqueles que tocam o coração das pessoas.”
A blogueira Maria Frô confessou que estava no debate, mas a vontade era descer e cobrir as manifestações como uma das formas de vencer o estado de exceção que estamos vivendo. “Como podemos vencer a censura? Não estamos mais vivendo no Estado de Direito. Depois de um ano do golpe, hoje é um Dia D, de prender ou não o Lula. Eles partiram para o tudo ou nada... Porém, ao mesmo tempo que estão vindo com tudo pra cima, cresce também a reação.”
Pablo Capílé, do Mídia Ninja, afirmou estar otimista por conta do crescimento do que chamou de curva da indignação contra o Estado de Exceção. “Há uma reação à derrota, um salto de consciência. Nunca se debateu tanto política quanto agora”, analisa. Mas lembra que há um campo gigantesco em disputa, que some se não for feita uma grande disputa por ele.
Para Eduardo Guimarães, a similaridade do atual momento com a ascensão do nazismo é muito grande e cita o ataque com morteiros que houve na madrugada passada ao acampamento do MST. “Esses são os métodos do fascismo usados pela extrema direita”. Porém afirma que há motivos de otimismo. “Sempre disse, ‘deixa eles governarem para o povo ver a diferença’. Ser de direita num país com tanta miséria e injustiça é ser canalha.”
O blogueiro Rodrigo Pilha lembrou a cautela dos últimos tempos do governo Dilma, “em que diziam para a gente não ir para a rua. A gente se retirou e na política não tem espaço para vácuo, os fascistas dominaram e deu no que deu.” Pilha, que foi agredido há pouco tempo, falou sobre a necessidade de criação de uma militância antifascista. “Está na hora de esses caras sentirem na pele. Mas também temos de criar alternativas de comunicação. Vamos ser excêntricos, ser debochados, sair da internet, reforçar as rádios comunitárias etc...”
O editor da Carta Capital, Sergio Lírio, lembrou o papel da mídia no momento a que chegamos. “A Globo é mentora disso tudo, os Marinho são os maestros. Os ministros do STF são submetidos à pressão de editoriais da Globo.” Porém lembra que nos governos Lula e Dilma nada foi feito para quebrar o poder da mídia hegemônica e que a alternativa é construir um sistema de comunicação de fato estruturado.
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