A taxa de desemprego no Brasil ficou em 13,7% nos três primeiros meses deste ano; a depressão econômica provocada pelo governo Temer já produziu 14,2 milhões de trabalhadores sem emprego, um recorde da série histórica do IBGE; este contingente subiu 15% frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2016, quando a desocupação foi estimada em 12,3 milhões de pessoas.
Da Redação com Informações da Reuters
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 13,7 por cento nos três meses até março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 13,7 por cento por cento no período.
Leia o material divulgado pelo IBGE sobre o assunto:
PNAD Contínua: taxa de desocupação vai a 13,7% no trimestre encerrado em março de 2017
Indicador / Período |
Jan - Fev - Mar
2017 |
Out - Nov - Dez
2016 |
Jan - Fev - Mar
2016 |
Taxa de desocupação |
13,7% |
12,0% |
10,9% |
Rendimento real habitual |
R$ 2.110 |
R$$ 2.064 |
R$ 2.059 |
Valor do rendimento real habitual em relação a: |
estável |
estável |
A
taxa de desocupação foi estimada em 13,7% no trimestre janeiro / março de 2017, com altas de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre outubro / dezembro de 2016 (12,0%) e de 2,8 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre móvel de 2016 (10,9%). Essa foi a maior taxa de desocupação da série histórica, iniciada no primeiro trimestre de em 2012.
A
população desocupada chegou a 14,2 milhões e bateu o recorde da série histórica. Este contingente cresceu 14,9% (mais 1,8 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior e 27,8% (mais 3,1 milhões de pessoas em busca de trabalho) em relação ao mesmo trimestre de 2016.
A
população ocupada (88,9 milhões) recuou em relação ao trimestre anterior (-1,5%, ou menos 1,3 milhão de pessoas) e também em relação ao mesmo trimestre de 2016
(-1,9%, ou menos 1,7 milhão de pessoas). Esse foi o menor contingente de pessoas ocupadas desde o trimestre fevereiro / abril de 2012.
O
nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) recuou para 53,1% no trimestre de janeiro a março de 2017, com queda de 0,9 ponto percentual frente ao nível do trimestre anterior (54,0%). Em relação ao nível do mesmo trimestre de 2016 (54,7%), houve retração de 1,7 ponto percentual. Este foi o menor nível da ocupação da série histórica da pesquisa.
O número de
empregados com carteira de trabalho assinada (33,4 milhões de pessoas) recuou em ambos os períodos de comparação: frente ao trimestre outubro / dezembro de 2016 (-1,8% ou menos 599 mil pessoas) e ao trimestre janeiro / março de 2016 (-3,5% ou menos 1,2 milhão de pessoas). Este foi o menor contingente de trabalhadores com carteira assinada já observado na série histórica da pesquisa.
O
rendimento médio real habitual (R$ 2.110) no trimestre encerrado em março de 2017 manteve estabilidade frente ao trimestre anterior (R$ 2.064) e, também, em relação ao mesmo trimestre de 2016 (R$ 2.059). A
massa de rendimento real habitual (R$ 182,9 bilhões) no trimestre encerrado em março de 2017 também ficou estável nas duas comparações.
Quadro 1 - Taxa de Desocupação - Brasil - 2012/2017
Trimestre móvel |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
1° |
nov-dez-jan |
... |
7,2 |
6,4 |
6,8 |
9,5 |
12,6 |
2° |
dez-jan-fev |
... |
7,7 |
6,8 |
7,4 |
10,2 |
13,2 |
3° |
jan-fev-mar |
7,9 |
8,0 |
7,2 |
7,9 |
10,9 |
13,7 |
4° |
fev-mar-abr |
7,8 |
7,8 |
7,1 |
8,0 |
11,2 |
|
5° |
mar-abr-mai |
7,6 |
7,6 |
7,0 |
8,1 |
11,2 |
|
6° |
abr-mai-jun |
7,5 |
7,4 |
6,8 |
8,3 |
11,3 |
|
7° |
mai-jun-jul |
7,4 |
7,3 |
6,9 |
8,6 |
11,6 |
|
8° |
jun-jul-ago |
7,3 |
7,1 |
6,9 |
8,7 |
11,8 |
|
9° |
jul-ago-set |
7,1 |
6,9 |
6,8 |
8,9 |
11,8 |
|
10° |
ago-set-out |
6,9 |
6,7 |
6,6 |
8,9 |
11,8 |
|
11° |
set-out-nov |
6,8 |
6,5 |
6,5 |
9,0 |
11,9 |
|
12° |
out-nov-dez |
6,9 |
6,2 |
6,5 |
9,0 |
12,0 |
|
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
No trimestre janeiro / março de 2017, havia aproximadamente 14,2 milhões de
pessoas desocupadas no Brasil. Este contingente apresentou crescimento de 14,9% frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2016, quando a desocupação foi estimada em 12,3 milhões de pessoas. No confronto com igual trimestre de 2016 esta estimativa subiu 27,8%, significando um adicional de 3,1 milhões de pessoas desocupadas na força de trabalho.
O contingente de
pessoas ocupadas foi estimado em 88,9 milhões no trimestre janeiro / março de 2017. Esse foi o menor número de pessoas ocupadas registrado pela PNAD Contínua desde o trimestre fevereiro / abril de 2012, observando-se que os dados da pesquisa não são dessazonalizados. O número de pessoas trabalhando recuou tanto em relação ao trimestre anterior (- 1,5%, ou menos 1,3 milhão de pessoas), quanto em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (-1,9%, ou redução de 1,7 milhão de pessoas).
O
nível da ocupação (
percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 53,1% no trimestre de janeiro a março de 2017, apresentando queda de 0,9 ponto percentual frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2016, (54,0%). Em relação a igual trimestre do ano anterior este indicador apresentou retração de 1,7 ponto percentual, quando recuou de 54,7% para 53,1%. Ressaltamos que este foi o menor nível da ocupação observado desde o início da série da pesquisa.
Quadro 2 - Nível da Ocupação - Brasil - 2012/2017
Trimestre móvel |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
1° |
nov-dez-jan |
... |
56,8 |
57,1 |
56,7 |
55,5 |
53,7 |
2° |
dez-jan-fev |
... |
56,5 |
57,0 |
56,4 |
55,1 |
53,4 |
3° |
jan-fev-mar |
56,3 |
56,3 |
56,8 |
56,2 |
54,7 |
53,1 |
4° |
fev-mar-abr |
56,7 |
56,5 |
56,8 |
56,3 |
54,6 |
|
5° |
mar-abr-mai |
57,0 |
56,8 |
56,8 |
56,2 |
54,7 |
|
6° |
abr-mai-jun |
57,1 |
56,9 |
56,9 |
56,2 |
54,6 |
|
7° |
mai-jun-jul |
57,0 |
57,0 |
56,8 |
56,1 |
54,4 |
|
8° |
jun-jul-ago |
57,1 |
57,0 |
56,7 |
56,0 |
54,2 |
|
9° |
jul-ago-set |
57,2 |
57,1 |
56,8 |
56,0 |
54,0 |
|
10° |
ago-set-out |
57,2 |
57,1 |
56,9 |
56,1 |
53,9 |
|
11° |
set-out-nov |
57,2 |
57,3 |
56,9 |
55,9 |
54,1 |
|
12° |
out-nov-dez |
57,1 |
57,3 |
56,9 |
55,9 |
54,0 |
|
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
A
força de trabalho, (pessoas ocupadas e desocupadas) no trimestre janeiro / março de 2017 foi estimada em 103,1 milhões de pessoas, a maior da série histórica da pesquisa. Esta população cresceu 0,5% comparada ao trimestre outubro / dezembro de 2016. Frente ao mesmo trimestre de 2016, houve alta de 1,4% (mais 1,4 milhão de pessoas). O crescimento da força de trabalho no Brasil se deve exclusivamente ao aumento da população desocupada.
O contingente
fora da força de trabalho no trimestre janeiro / março de 2017 (64,4 milhões de pessoas) apresentou estabilidade em relação ao trimestre outubro / dezembro de 2016. Frente ao mesmo trimestre de 2016, houve alta de 0,9% (ou mais 574 mil pessoas).
O contingente de
empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, estimado em 33,4 milhões de pessoas,
reduziu-se em ambas as comparações: frente ao trimestre janeiro / março de 2016 (-1,8% ou menos 599 mil pessoas) e ao trimestre de janeiro / março de 2016 (-3,5% ou redução de 1,2 milhão de pessoas).
No período janeiro / março de 2017, a categorias dos
empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,2 milhões de pessoas) apresentou queda em relação ao trimestre anterior (-3,2%), mas cresceu 4,7% (ou mais 461 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A categoria dos
trabalhadores por conta própria (22,1 milhões de pessoas) registrou estabilidade em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2016). Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve queda (-4,6%, ou seja -1,1 milhão de pessoas).
O contingente de
empregadores, estimado em 4,1 milhões de pessoas, mostrou-se estável frente ao trimestre imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, esse contingente registrou elevação de 10,8% (mais 403 mil pessoas).
A categoria dos
trabalhadores domésticos, estimada em 6,1 milhões de pessoas, se manteve estável em ambos os trimestres comparativos.
A análise do contingente dos grupamentos de atividade, do trimestre janeiro / março de 2017, em relação ao trimestre outubro / dezembro de 2016, mostrou queda na
Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Agricultura (-2,7% ou -240 mil pessoas),
Construção (-3,4% ou – 242 mil pessoas),
Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-2,5% ou -438 mil pessoas)
e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-3,1% ou -484 mil pessoas). Os grupamentos em alta foram:
Alojamento e alimentação (3,4%, ou mais 165 mil pessoas) e
Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,1% ou mais 201 mil pessoas). Os demais grupamentos ficaram estáveis.
Em relação ao trimestre janeiro / março de 2016 houve redução no contingente dos seguintes grupamentos:
Construção (-9,5% ou -719 mil pessoas),
Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Agricultura (-8,0% ou -758 mil pessoas),
Indústria Geral (-2,9% ou -342 mil pessoas) e
Serviços domésticos (-2,9% ou -184 mil pessoas). Apenas o grupamento de
Alojamento e Alimentação teve alta (11,0% ou mais 493 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
O
rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.110 no trimestre janeiro / março de 2017, registrando estabilidade frente ao trimestre outubro / dezembro de 2016 (R$ 2.064). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.059) o quadro também foi de estabilidade.
Em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2016), o rendimento médio real habitual teve alta para
Empregados no setor público (1,9%) e para
Trabalhadores Domésticos(1,7%). Em relação ao mesmo trimestre de 2016 (janeiro / março de 2016) apenas os
Empregados no setor público apresentaram variação positiva (4,3%). Nas demais posições registrou-se estabilidade nos períodos analisados.
Em relação ao trimestre outubro / dezembro de 2016, três grupamentos de atividade apresentaram variações estatisticamente significativas:
Indústria Geral (3,4%),
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,3%) e
Serviços domésticos (1,7%). Os demais grupamentos ficaram estáveis. Frente ao trimestre janeiro / março de 2016, dois grupamentos apresentaram alta no rendimento:
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (7,3%) e
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,4%). Os demais grupamentos se mantiveram estáveis.
No trimestre janeiro / março de 2017, a
massa de rendimento real habitualmente recebido em todos os trabalhos foi estimada em R$ 182,9 bilhões, ficando estável em ambas as comparações.