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Em delação, o ex-presidente da empreiteira afirmou que o então candidato à presidência pediu um socorro financeiro paralelo às doações legais em meio a sua disputa com Marina Silva. Valor bate com os R$15 milhões destinados ao "Mineirinho" na famosa lista da Odebrecht
Por Redação
O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, revelou em delação premiada nesta quarta-feira (1) que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) o pediu R$15 milhões de maneira ilegal. O pedido teria ocorrido em meio à campanha eleitoral de 2014, quando Aécio Neves era candidato à presidência da República, em sua fase de disputa mais acirrada com Marina Silva.
A delação de Odebrecht se deu pela Ação de Investigação Judicial Eleitoral aberta pelo próprio PSDB em dezembro de 2014, logo após as eleições, com o intuito de cassar a chapa Dilma-Temer. A fala sobre um pedido de ajuda ilegal do tucano foi uma resposta a uma das perguntas da defesa de Dilma.
Na delação, o ex-executivo disse ainda que à princípio negou o pedido por considerar o valor muito alto, mas Aécio teria sugerido como "alternativa" que os pagamentos não declarados fossem feitos aos seus aliados políticos.
O PSDB negou as afirmações e disse, por meio de nota, que todas as doações da Odebrecht às campanhas do partido de 2014 eram legais e foram declaradas à Justiça Eleitoral.
O valor da doação supostamente solicitada por Aécio, no entanto, bate com as anotações da famosa planilha da empreiteira apreendida na 26ª fase da Operação Lava Jato, a Xepa. No documento que lista supostas delações ilegais, consta o valor de R$15 milhões ao lado do nome "Mineirinho", que seria uma referência ao estado do senador tucano.
Foto: Lula Marques