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Paulo Roberto Costa teve que devolver para a Petrobras cerca de 79 milhões que estavam em contas no exterior, além de bens como carros e lancha e está com as contas bloqueadas. Agora, diz não ter recursos nem para pagar as passagens do Rio de Janeiro a Curitiba.
Da Redação com Informações do G1
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que cumpre pena em regime aberto, não tem mais condições financeiras de arcar com passagens para depor como testemunha em Curitiba. Por conta disto, a sua defesa solicitou ao juiz Sérgio Moro para que a audiência da Lava Jato em que seu cliente será testemunha, em Curitiba, seja feita através de videoconferência pelo Rio de Janeiro.
A audiência está marcada para o dia 9 de março. De acordo com os advogados, Costa se encontra em grave dificuldade financeira, e com contas ainda bloqueadas.
Costa deve depor como testemunha de acusação em um processo contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral que tramita na Justiça Federal do Paraná.
"Ocorre que o comparecimento do requerente, que muitas vezes já se deslocou até Curitiba, geraria um grande dispêndio em virtude dos altos valores das passagens aéreas, não tendo, o requerente, hoje condições de arcar com essas despesas, em virtude da grave dificuldade econômica em que toda a família se encontra, somando ainda o fato, de suas contas bancárias ainda encontrarem-se bloqueadas", declararam os advogados.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-diretor teve que devolver cerca de 79 milhões que estavam em contas no exterior para a Petrobras, além de bens como carros e lancha.
O pedido foi protocolado no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná na tarde de quarta-feira (15). Até a manhã desta quinta (16), o juiz não tinha se posicionado sobre o assunto.
O ex-diretor da estatal foi condenado em vários processos da Operação Lava Jato por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Investigações
Paulo Roberto Costa foi preso em março de 2014, quando a Operação Lava Jato foi deflagrada. Dias depois, conseguiu um habeas corpus da Justiça, mas voltou a ser preso.
Após dois meses na prisão, decidiu colaborar com as investigações e detalhou como funcionava o esquema.
Foi a partir dos depoimentos dele que os policiais desvendaram como funcionava a distribuição de recursos desviados da Petrobras.
Empreiteiras que mantinham contratos com a estatal superfaturavam os valores dos serviços que prestavam, por meio de contratos aditivos às obras.
Parte dos valores do superfaturamento era usado para pagar propina a diretores da Petrobras e também para abastecer o caixa de partidos políticos.
Costa virou diretor da Petrobras em 2004, por indicação do ex-deputado federal José Janene, que morreu em 2010. Ele permaneceu no cargo até 2012, quando pediu demissão e abriu a empresa de consultoria.
Janene foi eleito pelo PP do Paraná e também esteve envolvido no escândalo do mensalão. Como revelaria mais tarde o doleiro Alberto Youssef, teria partido de Janene a ideia de usar a estrutura da Petrobras para arrecadar dinheiro para pagar a base aliada do governo na Câmara dos Deputados e no Senado, em troca da aprovação de projetos estratégicos para o governo federal.